Resumo |
As plantas medicinais são utilizadas pelo homem para o tratamento de várias patologias, e sua associação ao conceito de “natural” contribuiu para potencializar seu uso, pois normalmente são denominadas de “saudáveis”. A Aesculus hippocastanum L., conhecida popularmente como castanha-da-Índia, vem sendo indiscriminadamente utilizada para reduzir o peso corporal; mesmo sendo associada a efeitos colaterais em humanos como diarreias, náuseas e dores abdominais. O objetivo do trabalho foi comparar o peso corporal final e a quantidade de tecido adiposo (visceral e epididimal) em ratos Wistar saudáveis após a administração do extrato da castanha-da-Índia. Foram constituídos dois grupos de 8 animais, nos quais os ratos foram mantidos durante 18 dias em gaiolas individuais de metal, sob temperatura de 21 ºC, ciclo claro/escuro de 12 horas, e o recebimento de dieta AIN-93M e água ad libitum. Duas vezes na semana (segunda e sexta-feira) foi administrado, via gavagem, o volume de 0,0157mL de extrato de castanha-da-Índia/por grama de peso corporal para o grupo N, sendo que o grupo controle (C) recebeu o mesmo volume de água mineral. Para elaborar o extrato colocou-se 2,5g de castanha moída em 1 litro de água mineral. No final da primeira e da segunda semana coletaram-se as fezes para análise da digestibilidade aparente da dieta. No final do experimento, os animais foram sacrificados e quantificados o peso de alguns órgãos e do tecido adiposo, cujos dados foram analisados pelo teste χ2. Não houve diferença estatística nos grupos entre os parâmetros avaliados, sendo que os valores médios do peso corporal, o consumo alimentar e o peso dos órgãos (fígado, rins e baço) foram similares, entretanto o grupo tratado com a castanha-da-Índia (grupo N) apresentou uma menor quantidade dos tecidos adiposos visceral e epididimal e uma menor digestibilidade aparente da dieta. Não foi identificada a presença de diarreia nos animais durante o período experimental. Conclui-se que o extrato da castanha-da-Índia não alterou o peso corporal dos animais, entretanto reduziu a quantidade de tecido adiposo e interferiu na digestibilidade da dieta, sugerindo que outros estudos sejam realizados para avaliar a eficácia e segurança no consumo humano da mesma. |