Resumo |
As abelhas da espécie Friesella schrottkyi são caracterizadas pela fragilidade e pequeno porte (3-5mm). Popularmente conhecidas como “mirim-preguiça”, pois iniciam suas atividades apenas quando a temperatura atinge cerca de 20°C, realizando suas atividades geralmente entre 10h e 16h. Estas abelhas estão incluídas na subfamília Apinae, sendo uma das espécies conhecidas como meliponíneos ou “abelhas indígenas sem ferrão”, devido ao fato de apresentarem o ferrão atrofiado, condição que as torna incapazes de ferroar. O comportamento “eussocial” é unânime entre espécies de meliponíneos; suas colônias são compostas por rainhas e operárias (algumas centenas ou milhares, de acordo com a espécie) que realizam serviços de manutenção e construção da infra-estrutura da colônia, além de coletar e processar o alimento. Ademais, nesta espécie, as operárias desenvolvem ovários e põem ovos que dão origem a machos. As "mirim-preguiça" frequentemente fazem seus ninhos em ocos pequenos, moirões de cerca ou paredões de pedra. Sua distribuição abrange os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. O presente estudo teve como objetivo avaliar histologicamente os ovários das operarias de Friesella schrottkyi ao longo do ano. Para isso 10 abelhas foram dissecadas para a retirada dos ovários durante 12 meses para analisar o desenvolvimento, e alguns destes foram processados para análise histológica. Durante o trabalho notou-se que na maioria dos meses não se observam ovários desenvolvidos, com exceção dos meses de Julho, Agosto e Outubro, sendo que no mês de Outubro isso ficou mais evidente. Apesar de serem mais desenvolvidos, foram observados nas lâminas apenas um ovaríolo que apresentou desenvolvimento, sendo que os outros ovaríolos permaneceram menos desenvolvidos. Nesse ovaríolo desenvolvido foi observado um folículo contendo um ovo em desenvolvimento com suas células foliculares. Isto demonstra histologicamente a viabilidade destes ovos produzidos pelas operárias, como relatado na literatura; porem, com uma capacidade produtiva bem menor do que das rainhas, que são de fato a casta reprodutiva. |