Resumo |
Durante a gestação, a alimentação adequada é necessária para que os ajustes fisiológicos maternos e o crescimento e desenvolvimento fetal aconteçam. O estudo teve como objetivo avaliar os conhecimentos sobre nutrição e amamentação das gestantes atendidas na rede pública do município de São Gotardo-MG, abrangendo mitos e crenças da região e avaliar a importância da inclusão do nutricionista na equipe multidisciplinar do pré-natal. Foram entrevistadas 53 gestantes com faixa etária de 14 a 42 anos. A maioria das gestantes possuíam ensino fundamental/médio, trabalho remunerado, renda familiar entre 1-3 salário mínimos e número adequado de consultas de pré-natal. Na avaliação do estado nutricional pré-gestacional, verificou-se que 5,66% das gestantes apresentavam baixo peso, 71,69% eutrofia, 13,20% sobrepeso e 9,43% obesidade. Para o estado nutricional gestacional verificou-se que 18,86% das gestantes apresentavam baixo peso, 45,28% eutrofia, 24,52% sobrepeso e 11,32% obesidade. Em relação a evolução do ganho de peso, todas as gestantes com baixo peso permaneciam neste estado; 7 gestantes eutróficas ganharam peso insuficiente e 8 gestantes eutróficas ganharam peso acima do recomendado; 9,43% relaram fumar durante a gestação, 3,77% consumir socialmente bebidas alcoólicas e 52,83% não praticam atividade física. Em relação aos conhecimentos sobre nutrição na gestação, 73,58% relataram não ter recebido até o momento orientações nutricionais. Quando questionadas sobre alimentação, algumas questões foram respondidas incorretamente: 24,52% afirmaram que se deve dobrar a quantidade de alimentos consumidos na gestação; 32,07% que não é preciso preocupar com os horários das refeições; 62,26% que deve substituir o açúcar pelo adoçante; 41,50% que chocolate e café em excesso não prejudica o bebê; 71,60% que não deve utilizar a água para cocção das verduras; 11,32% que anemia se cura colocando prego no feijão; 9,43% que deve evitar o consumo de arroz. Em relação a amamentação, 18,86% das gestantes responderam incorretamente dizendo que o leite materno pode ser fraco para o bebê; 11,32% que o leite de vaca substitui o leite materno; 33,96% que o leite engrossado com maisena sustenta mais o bebê; 39,62% que não se deve oferecer somente leite materno até os 6 meses de vida do bebê; 20,75% que amamentando a nutriz não emagrece mais rápido; 39,62% que deve passar sabonete e/ou hidratantes nas mamas. Quanto a importância da inclusão do nutricionista na equipe multidisciplinar de pré-natal, 5,66% das gestantes responderam que não consideram importante à inclusão. Das gestantes favoráveis (n=50); 43,39% ressaltaram que o nutricionista é importante para uma gestação sem complicações, 41,50% para esclarecer dúvidas sobre os alimentos, evitando assim danos à saúde da mãe e do bebê; 5,66% importante para perder peso mais facilmente no pós-parto e 3,77% não souberam responder. Esses resultados sugerem um baixo conhecimento sobre nutrição na gestação. |