Resumo |
A cultura da soja destaca-se como de importância econômica no cenário agrícola brasileiro. Ademais, a hibridação artificial é uma atividade primordial no melhoramento genético para o desenvolvimento de novas cultivares. Assim, objetivou-se estudar a biologia floral de soja, no tocante aos procedimentos de hibridação artificial, especificamente com o intuito de identificar potenciais estádios de desenvolvimento da flor de soja. O trabalho foi realizado nas dependências (casa de vegetação e laboratórios) da UFV – Campus Rio Paranaíba, em duas etapas (Exp 1 e 2). No experimento 1, semeado em abril de 2014, utilizou-se sementes das cultivares NA 5909 RG, SYN 1257, BG 4184, TMG 801 e TMG 803. Enquanto que, no experimento 2, semeado em outubro de 2014, utilizou-se sementes das cultivares 95R51, BG4184, BRSGO7560, BRSGO8360, CD202, NK7059RR, SYN1257 e TMG801. Após iniciado o florescimento, em ambos os experimentos, procedeu-se a coleta de botões florais / flores em diferentes estádios (E1, E2, E3, E4 e E5) de desenvolvimento, sendo estes armazenados em álcool 70%. Foram coletados 10 botões florais/flores de cada estádio em cada cultivar no Exp 1 e 30 no Exp 2. Para a análise dos botões florais e flores procedeu-se com medições, em milíletros, de 13 variáveis (comprimento e diâmetro do botão floral/flor, comprimento do pistilo e dos estames (9+1)). Os dados, de cada cultivar, foram analisados por meio da análise de variância – Teste F – (Delineamento Inteiramente Casualizado, com 10 e 30 repetições, respectivamente para Exp 1 e 2, sendo cada repetição representada por um botão floral/flor) e estimado os coeficientes de variação e de determinação genotípica. Posteriormente, procedeu-se o teste de Tukey e análise discriminante de Anderson. Observou-se efeito significativo à 1% de significância pelo Teste F para todas as variáveis em todas as cultivares nos dois experimentos. As estimativas obtidas para o coeficiente de determinação genotípico foi superior à 96%, o que evidenciou grande influência genética em detrimento dos efeitos ambientais. Além disto, para as variáveis em estudo, a média do Estádio E1 foi estatisticamente diferente do E5 e para a maioria das variáveis, o estádio E3 apresentou média estatisticamente diferente dos demais. E, as funções discriminantes foram eficazes em alocar os genótipos em suas devidas populações (Estádios) a partir das 13 variáveis analisadas. Assim, conclui-se que foi possível identificar, preliminarmente, cinco potenciais estádios de desenvolvimento da flor de soja, com base em variáveis mensuradas em diferentes partes florais. |