Resumo |
O algodoeiro é uma das culturas mais importantes do Brasil, sendo responsável pela exportação de centenas de toneladas por ano. Uma das principais doenças que atacam essa cultura são as nematoses, principalmente envolvendo o gênero Meloidogyne. A fim de sugerir métodos alternativos ao controle químico, é possível utilizar as espécies do gênero Thichoderma como antagonistas para inibir a ação dos patógenos, produzindo compostos tóxicos ao nematoide. Com base nesta perspectiva, objetivou-se com este trabalho selecionar isolados de Trichoderma spp. para o manejo de Meloidogyne incognita raça 3 em algodoeiro, visando à obtenção de produto comercial para uso na cultura. Para isso, dois experimentos foram conduzidos em casa de vegetação e um em condições de campo. No primeiro em casa de vegetação, doze isolados de Trichoderma spp.(GF-121, GF- 409, GF-417, GF-419, GF-420, GF-421, GF-422, GF-423, GF-425, GF-426, GF-427, GF- 428), previamente selecionados em laboratório quando à capacidade de colonização de ovos de nematoides, foram avaliados em casa de vegetação usando solo esterilizado. Sementes de algodoeiro Fibermax FMX 966 foram tratadas com formulações dos isolados do fungo, na concentração de 1 x 107 conídios/mL. As plantas foram cultivadas em vasos plásticos de 1 L de capacidade com substrato solo : areia (1:1, v:v:, esterilizado) e inoculadas aos 25 dias após o semeio com 3000 ovos de M. incognita raça 3. O experimento foi conduzido por 60 dias, quando as plantas foram removidas para mensuração da massa da parte aérea e das raízes, além do número de galhas e de ovos. No entanto, não houve formação de galhas e produção de ovos nos algodoeiros, sugerindo baixa viabilidade do inoculo. Nenhum isolado aumentou a massa das raízes ou da parte aérea em comparação com a testemunha. Assim, outro experimento em casa de vegetação foi montado de forma similar ao primeiro, utilizando os isolados (GF-417, GF-420, GF-424, GF-425, GF-426, GF-427, GF-332, GF-361, GF-362) e o cultivo das plantas em solo naturalmente infestado (50 J2/100 cm³), coletado na Fazenda Pirulito, em São Gonçalo do Abaeté – MG. Um experimento também foi montado na mesma propriedade em uma reboleira infestada com M. incognita. As formulações foram aplicadas na dose de 6 g/kg de semente e a concentração dos fungos foi de 5,5 x 109 conídios/kg. Sementes tratadas com o nematicida químico abamectina (Avicta® 500 FS, 3 mL/kg) e sem tratamento biológico e químico foram usados como tratamentos controle. Espera-se que com esses experimentos seja possivel concluir sobre o potencial dos isolados no controle de M. incognita em algodoeiro. Agradecimentos: CNPq e Grupo Farroupilha. |