| Resumo |
A adenite equina, também conhecida como garrotilho, é uma doença infectocontagiosa de alta prevalência em equinos, sendo considerada uma das mais comuns globalmente entre as doenças respiratórias da espécie. O conhecimento da diversidade genética de seu agente etiológico, Streptococcus equi subsp. equi (S.equi), é fundamental para rastrear a origem de surtos, compreender a relação entre isolados locais e cepas previamente descritas em âmbito nacional e internacional, além de caracterizar a variabilidade de fatores de virulência envolvidos nos mecanismos de invasão do hospedeiro. Objetiva-se, com o presente trabalho, avaliar a diversidade genética de 22 isolados de Streptococcus equi subsp. equi, oriundos de coletas realizadas nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro entre os anos de 2012 e 2024, bem como traçar o perfil de resistência antimicrobiana dos isolados. Para isso, realizou-se testes bioquímicos de fermentação de lactose, sorbitol e trealose, análise por Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) e sequenciamento Sanger da proteína M e teste de disco-difusão com os seguintes antimicrobianos: penicilina, ceftiofur, ampicilina, gentamicina, enrofloxacina, azitromicina, doxiciclina, tetraciclina, florfenicol, imipenem e sulfametoxazol-trimetoprim. Através da análise bioquímica e dos resultados de PCR, as 22 amostras foram confirmadas como S. equi. O sequenciamento Sanger revelou alta similaridade entre os isolados (97,3% a 100%). Na comparação com sequências disponíveis em bancos de dados internacionais, foram encontradas 14 sequências homólogas com alta identidade (98,65% a 100%), provenientes da Holanda, Egito, Reino Unido e Cazaquistão — nenhuma delas oriunda do Brasil. Nas sequências analisadas, foram identificados dois alelos (1 e 270) entre os 22 isolados de S. equi, sendo que sete apresentaram correspondência exata com o alelo 1, seis com o alelo 270, e nove mostraram correspondência parcial com este último. No teste de disco-difusão, realizado conforme os protocolos do CLSI e EUCAST (2023), dez isolados demonstraram resistência à enrofloxacina, enquanto os demais foram sensíveis aos antibióticos testados. A diversidade genética entre os isolados demonstrou baixa variabilidade, com maior homogeneidade entre si do que em relação a populações previamente estudadas no Brasil. Além disso, observou-se maior proximidade genética com isolados de outros continentes. Embora a maioria dos isolados tenha se mostrado sensível aos antimicrobianos testados, a resistência observada à enrofloxacina reforça a importância do monitoramento contínuo e da utilização criteriosa de antimicrobianos na clínica equina. |