| Resumo |
O cultivo do café possui importância estratégica para a economia do Sudeste brasileiro, com destaque para o estado de Minas Gerais. No entanto, o uso intensivo do solo, aliado a práticas agrícolas inadequadas, tem provocado sérios impactos ambientais, como sua degradação, compactação e a erosão, comprometendo a produtividade das lavouras e a sustentabilidade desta importante atividade econômica. Diante desse cenário, o presente artigo analisou técnicas de manejo e conservação do solo em áreas comerciais de cultivo de café, com foco na redução da degradação e no aumento da resiliência agroecológica das lavouras. A pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica, com base em estudos recentes desenvolvidos no Brasil, e busca avaliar a efetividade de práticas como o Sistema de Plantio Direto (SPD), a rotação de culturas, o uso de cultivos de cobertura e a construção de estruturas de contenção em áreas de relevo acentuado. Os resultados apontam que a adoção dessas técnicas, de forma integrada, proporciona múltiplos benefícios: melhora a estrutura física do solo, aumenta a infiltração e retenção de água, favorece a atividade biológica e contribui para a ciclagem de nutrientes. O SPD, por exemplo, evita o revolvimento do solo e mantém a palhada da cultura anterior, protegendo contra a erosão e promovendo a formação de agregados estáveis. A rotação de culturas, especialmente com leguminosas, potencializa a fixação de nitrogênio e aumenta o teor de matéria orgânica, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos. Os cultivos de cobertura, além de protegerem o solo da ação da chuva e do vento, atuam no controle de plantas daninhas e na melhoria da biodiversidade edáfica. Já as estruturas físicas, como terraços e curvas de nível, são essenciais para conter o escoamento superficial e minimizar perdas em áreas declivosas. Conclui-se que o manejo sustentável do solo na cafeicultura é fundamental para garantir sua produtividade a longo prazo, preservar os recursos naturais e atender às exigências ambientais e de mercado. A implementação dessas práticas, no entanto, depende da capacitação técnica dos produtores, do acesso a políticas públicas de incentivo e da articulação entre ciência, extensão rural e sociedade. Ao promover a conservação do solo, a cafeicultura se fortalece como atividade economicamente viável e ambientalmente responsável, contribuindo para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). |