| Resumo |
O presente trabalho, parte da atuação no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), núcleo Dança da Universidade Federal de Viçosa (UFV), propõe a reflexão sobre a baixa valorização da disciplina de Artes por parte dos estudantes do ensino médio de uma escola federal da cidade de Viçosa-MG, em contraste com a centralidade conferida às disciplinas tradicionais exigidas nos vestibulares. O trabalho tem como objetivo, identificar os motivos referente à recorrente resistência dos discentes em se engajar com os conteúdos artísticos, frequentemente percebidos como “menos importantes” ou “dispensáveis”. Tal percepção está diretamente relacionada à lógica do produtivismo escolar e à pressão por desempenho em exames de acesso ao ensino superior, que moldam o interesse dos alunos nas diferentes áreas do conhecimento. A experiência está sendo desenvolvida a partir da análise teórica do artigo “A desvalorização do ensino de arte: reflexões sobre sua função social e a cultura escolar” (Silva; Andrade, 2020), que discute o papel marginalizado da arte na estrutura curricular e seus impactos na formação subjetiva e crítica dos estudantes. Para tanto, estão sendo realizadas intervenções pedagógicas a partir de observações ativas e rodas de conversas realizadas com turmas do 1° e 2° ano do ensino médio. Os possíveis resultados até o momento apontam que a desvalorização da disciplina de Artes não decorre apenas da ausência de interesse, mas da forma como a escola, os sistemas de avaliação externa e o discurso social hierarquizam os saberes escolares. Dessa forma considera-se que, os Iniciantes Docentes do PIBID, visam a importância de repensar o espaço da arte na escola como uma área legítima do conhecimento, com potencial formativo próprio, capaz de promover a sensibilidade, a criatividade e a crítica social, sobretudo em um contexto de educação pública comprometida com a formação integral dos alunos. A experiência no PIBID evidencia a importância de práticas pedagógicas que valorizem a escuta ativa, a mediação dialógica e a integração da arte com as vivências dos alunos, ressignificando sua presença no currículo e no cotidiano escolar. |