| Resumo |
Introdução: O pé diabético é uma complicação comum do diabetes mellitus, associada à alta morbidade, risco de amputações e impacto significativo no sistema de saúde. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Nova Viçosa/Posses, no município de Viçosa-MG, 312 pacientes com diabetes estão em acompanhamento, o que evidencia a relevância da temática no território. A frequência de casos com higiene inadequada dos pés, feridas de difícil cicatrização e necessidade de amputações reforça a urgência de ações preventivas. Nesse cenário, os agentes comunitários de saúde (ACS), por seu contato direto com a população, assumem papel estratégico na promoção do autocuidado e na detecção precoce de lesões. Objetivo: Capacitar os ACS para identificar fatores de risco, orientar pacientes quanto aos cuidados com os pés e reconhecer sinais precoces de complicações relacionadas ao pé diabético. Descrição das principais ações: A atividade foi realizada na UBS Nova Viçosa/Posses com a participação dos doze ACS da equipe. Iniciou-se com uma escuta informal para levantar dúvidas e dificuldades enfrentadas no acompanhamento de pacientes com diabetes. A partir dessa demanda, elaborou-se material educativo com conteúdo teórico e orientações práticas, baseado em protocolos do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Diabetes. A capacitação foi conduzida em formato de roda de conversa, com exposição dialogada, demonstração prática do exame dos pés e discussão de condutas, utilizando linguagem acessível e recursos visuais. Resultados: A ação foi realizada conforme o planejado e contou com boa adesão dos participantes. Nove profissionais relataram sentir-se mais seguros para orientar os usuários, especialmente em relação aos cuidados diários, sinais de alerta e necessidade de encaminhamento precoce. Dois profissionais demonstraram interesse em aprofundar o tema. A cartilha educativa foi destacada como ferramenta útil para reforçar as orientações durante as visitas domiciliares. A escuta inicial permitiu identificar fragilidades e a abordagem prática contribuiu para saná-las. O vínculo entre equipe e comunidade foi fortalecido, ampliando a resolutividade frente às complicações. Destacam-se como pontos positivos o engajamento das participantes, a valorização do saber prévio e o uso de recursos acessíveis. Como o tema é extenso, percebeu-se a necessidade de ações educativas contínuas para o aprimoramento da equipe e a qualificação do cuidado às pessoas com diabetes. Conclusão: A capacitação dos ACS mostrou-se eficaz para qualificar a atenção primária na prevenção do pé diabético. A participação ativa destes profissionais e a troca de experiências revelaram o potencial da educação permanente para transformar práticas. |