| Resumo |
Introdução: a primeira infância compreende a faixa etária entre 0-6 anos, período de pleno desenvolvimento infantil, em todos os aspectos do crescimento. A oferta de dispositivos eletrônicos nessa fase da vida ocasiona comprometimentos que trarão consequências no decorrer da vida. Objetivo: identificar na literatura as consequências da exposição a telas na primeira infância. Metodologia: trata-se de uma revisão de literatura, tendo como base de dados as plataformas PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Elsevier e o Portal de Periódicos Capes. Foram selecionados artigos em português e inglês para o estudo, totalizando 10 publicações. Resultados: O uso de telas por crianças pequenas tem sido um tema de grande debate nos últimos anos. O uso excessivo de telas por crianças pequenas representa uma ameaça significativa para o desenvolvimento da linguagem. Estudos indicam que a exposição prolongada a dispositivos eletrônicos pode levar a um atraso no desenvolvimento do vocabulário e a dificuldades na compreensão e produção da linguagem. Ao substituir a interação social rica e complexa com adultos e outras crianças, as telas limitam as oportunidades para a aquisição de novas palavras e para a construção de frases mais elaboradas. Além disso, a falta de contato com o mundo físico, explorando objetos e brincando, impede o desenvolvimento de habilidades cognitivas essenciais para a linguagem, como a categorização e a simbolização. A exposição excessiva a telas durante a primeira infância pode ter implicações duradouras no desenvolvimento cerebral. As regiões do cérebro responsáveis pelas funções executivas, como a atenção, a memória de trabalho e o controle de impulsos, estão em intensa formação durante esses primeiros anos de vida. A interação constante com telas, especialmente em detrimento de experiências do mundo real, pode interferir na formação das conexões neuronais nessas áreas, com possíveis consequências para o aprendizado, a concentração e o comportamento. Além disso, a luz azul emitida pelas telas pode afetar os ritmos circadianos, interferindo na qualidade do sono e, consequentemente, no desenvolvimento cognitivo. A exposição prolongada a telas dificulta a atenção, a memória e a capacidade de concentração, habilidades cruciais para o aprendizado. Consequentemente, a substituição da interação social face a face por estímulos visuais e auditivos passivos dificulta a aquisição de habilidades sociais como a empatia e a comunicação. Conclusão: é possível reconhecer os problemas ocasionados pelo uso excessivo de telas na primeira infância, demonstrando a necessidade de evitar a exposição precoce a dispositivos eletrônicos. Alternativas para evitar as telas são promover brincadeiras ao ar livre, interação com outras crianças e optar por materiais físicos interativos. |