| Resumo |
Vivemos em um cenário em que a mídia exerce grande influência sobre as identidades individuais e coletivas, muitas vezes ofuscando as raízes culturais étnicas. A aula prática intitulada “Objetos: Referências étnicas e midiáticas contemporâneas” teve como objetivo principal avaliar se os alunos se reconheciam mais por meio de identidades étnicas ou midiáticas, a partir de objetos representativos dessas referências, associados a uma prática de dança-teatro. A atividade foi aplicada a alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II, com idades entre 10 e 11 anos, em uma escola estadual de Viçosa-MG, por meio do PIBID – Núcleo Dança. A metodologia utilizada foi a resolução de problemas, aliada à adaptação da abordagem de Pina Bausch (1970) sobre exercícios inspirados em dança-teatro, que pode ser entendido como a exploração de gestos cotidianos, falas e elementos cenográficos para abordar temas humanos como a memória. A adaptação ocorreu em um dos exercícios possíveis de dança-teatro, no qual ao vez de palavras, foram utilizados objetos, e o processo ocorreu de forma inversa — primeiro o movimento, depois a identificação. Entre os objetos espalhados pelo chão estavam: chocalho, fantoche, bola de futebol, símbolos do TikTok e Instagram, fotos de tranças e capoeira, rádio, entre outros. Após a exploração corporal, os alunos identificaram com quais objetos mais se reconheciam e se isso fazia parte de seu cotidiano. Posteriormente, foi realizada uma dinâmica em grupo para distinguir identidade midiática e identidade cultural brasileira, com estímulos visuais e verbais. Observou-se que, após explicação docente, os alunos conseguiram diferenciar os tipos de identidade. No entanto, a maioria não reconhecia elementos das culturas africana e indígena em sua vida, associando-os apenas ao período colonial. Considera-se que práticas pedagógicas que integram arte e identidade ampliam a consciência cultural dos alunos. É essencial promover atividades que estimulem o reconhecimento das próprias raízes e diversidade social. |