| Resumo |
Introdução: O skate é um esporte em constante crescimento e, atualmente, integra o quadro de modalidades olímpicas, sendo amplamente reconhecido no cenário internacional. Além de seu valor competitivo, representa uma alternativa eficaz para o desenvolvimento de habilidades motoras, como o equilíbrio, a força muscular (especialmente nos membros inferiores) e a potência. A assimetria muscular é uma característica comum em esportes como tênis, vôlei, beisebol e também no skate, sendo definida como a diferença nas capacidades e características físicas, morfológicas, de força e de ativação neuromuscular, decorrente do uso desigual entre os membros. Diante disso, torna-se pertinente investigar os fatores que influenciam o desempenho no skate e de que maneira eles se manifestam. Objetivo: Verificar e comparar a assimetria muscular nos membros inferiores de skatistas do município de Viçosa. Metodologia: O estudo é um delineamento observacional realizado no Laboratório de Análise Morfofisiológica Humana. A amostra é composta por dez homens (24,34 ± 3,56 anos; 163 ± 6,89 cm; 61,09 ± 9,27 kg) praticantes da modalidade skate e que responderam “Não” a todas as questões do Questionário de Prontidão para Atividade Física. Os testes foram realizados nos membros inferiores de forma unilateral, com a ordem dos membros definida aleatoriamente. Foram avaliadas: força isométrica (CVIM); força dinâmica (1RM); e potência a 70% do 1RM. Todos os testes foram feitos na perna de apoio e na de remada do grupo Long (GL) e do grupo Street (GS). Os dados foram analisados pelo teste MANOVA de dois fatores (perna x grupo), a fim de investigar tanto a influência da funcionalidade do membro quanto o tipo de modalidade. Resultados: Foram observadas diferenças significativas quanto ao fator grupo, com o grupo Long (GL) apresentando níveis superiores de força dinâmica (p = 0,005) e potência média (p = 0,001) em comparação ao grupo Street (GS). Por outro lado, não foram encontradas diferenças significativas nas manifestações de força entre os membros, ou seja, entre a perna de apoio e a de remada. Isso indica que, apesar da diferença funcional entre os membros, não há variações relevantes quanto à produção de força. Ademais, foi identificada diferença significativa nas manifestações de força entre as modalidades Longboard e Street, reforçando as distinções entre elas, especialmente quanto ao ambiente de prática e às exigências físicas específicas de cada uma. Conclusão: Verificaram-se diferenças entre as modalidades de skate, que apresentam características distintas, mas não houve diferenças significativas entre os membros. Os resultados indicam que cada modalidade exige tipos específicos de força: o Street está mais associado à potência e ao tempo de reação, enquanto o Longboard demanda resistência muscular e estabilidade. Dessa forma, o estudo destaca a importância de considerar as exigências físicas de cada modalidade para otimizar o desempenho esportivo e o bem-estar dos atletas. |