Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 21107

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Econômicas: ODS8
Setor Departamento de Economia
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Rafael de Oliveira Garcia
Orientador ELVANIO COSTA DE SOUZA
Título Impactos do salário mínimo sobre o emprego e a participação na força de trabalho de jovens e adultos no Brasil
Resumo O salário mínimo surgiu da ideia de uma remuneração que permitisse ao
trabalhador e sua família cobrir necessidades vitais básicas (moradia,
alimentação, saúde etc.). No Brasil, o piso salarial legal foi instaurado em 1940,
durante o governo de Getúlio Vargas. De meados dos anos 1990 para cá, o
valor real desse piso aumentou consideravelmente (mais de 70% entre 2002 e
2015), em parte por conta da política de valorização do salário mínimo utilizada
durante os governos Lula e Dilma Rousseff. Abandonada em 2019, essa
política voltou à tona com o retorno recente de Lula ao poder, e o valor real do
salário mínimo cresceu novamente nos últimos anos (quase 11% entre 2021 e
2024). Ainda que o salário mínimo tenha sido criado com a intenção de
beneficiar os trabalhadores, parte da literatura econômica indica que ele pode
gerar efeitos colaterais indesejados no mercado de trabalho (Teoria dos Dois
Setores). Ao funcionar como uma política de preço mínimo, aumentos reais no
salário mínimo poderiam provocar desemprego no setor formal, repercutindo
em migração de trabalhadores para a informalidade e para fora da força de
trabalho. Nesse sentido, este estudo buscou analisar se as variações reais no
valor do salário mínimo no período pós-pandemia afetaram os indicadores de
informalidade, desemprego e participação na força de trabalho no Brasil. Como
esses indicadores são piores para jovens e mulheres, a análise foi feita
separadamente para homens, mulheres, jovens (16 a 24 anos) e adultos (25
anos ou mais). Para avaliar tais impactos, foram utilizados dados trimestrais da
PNAD Contínua de 2022 a 2024 e o método de regressão com dados em
painel com efeitos fixos (as unidades de coorte são as 27 unidades da
federação). Os resultados mostraram que, assim como previu a Teoria dos
Dois Setores, um aumento no índice de Kaitz (a razão entre o salário mínimo e
o rendimento médio dos trabalhadores) correlaciona-se com uma redução na
proporção de empregados com carteira assinada no Brasil para todas as
categorias analisadas (homens e mulheres, jovens e adultos). Além disso,
tende a aumentar a proporção de homens e mulheres que trabalham como
empregados sem carteira assinada. Um aumento no índice de Kaitz também
está associado a uma elevação na proporção de mulheres jovens e homens
adultos que se ocupam como autônomos informais. Além disso, correlaciona-
se com uma maior proporção de homens jovens e mulheres adultas
desocupados e de homens e mulheres fora da força de trabalho (tanto jovens
quanto adultos). Assim, o País deveria buscar uma estratégia que permitisse
aumentar a renda dos trabalhadores sem gerar esses efeitos colaterais
indesejados. Uma delas seria a adoção uma política educacional séria que
focasse principalmente na melhora do ensino básico, uma vez que, segundo a
Teoria do Capital Humano, a remuneração dos trabalhadores correlaciona-se
com sua produtividade, e esta depende em boa medida do nível e da qualidade
da educação formal desses mesmos indivíduos.
Palavras-chave Salário Mínimo, Desemprego, Informalidade
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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