| Resumo |
Introdução: No Brasil, apesar dos avanços nas políticas públicas de controle do tabaco, milhões de pessoas ainda mantêm o hábito de fumar, um desafio contínuo para o sistema de saúde. A cessação do tabagismo é um processo complexo e multifatorial, influenciado não apenas pela motivação individual, mas também por fatores do ambiente em que o indivíduo está inserido, como rotina e estilo de vida. Nesse contexto, a prática regular de atividade física tem sido apontada como uma possível aliada na redução da dependência brasileiras. Objetivos: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e retrospectivo que visa compreender a correlação entre atividade física e tabagismo. Metodologia: Os dados utilizados foram extraídos do sistema “Vigitel” (Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico) disponibilizado pelo Ministério da Saúde em 2023, por capital brasileira. As variáveis selecionadas para análise foram o percentual de adultos fumantes e praticantes de 150 minutos de atividade física no tempo livre, conforme autorrelato via questionário telefônico. A análise estatística incluiu a construção de gráfico de dispersão e a aplicação do teste de correlação de Pearson. As análises foram realizadas utilizando o software “GraphPad Prism”, versão 9.5.1, adotando-se um nível de significância de 5% (p < 0,05) e intervalo de confiança de 95%. Resultados: As variáveis estudadas foram "percentual de adultos fumantes" e “percentual de adultos fisicamente ativos”. Esses percentuais foram convertidos para valores absolutos para construção de gráfico de dispersão, que qualitativamente demonstrou distribuição linear com discreta correlação negativa. Para verificar a associação estatística entre as variáveis, foi aplicado o teste de correlação de Pearson, que mede a força e a direção da relação linear entre duas variáveis contínuas. O coeficiente de correlação de Pearson (r) obtido foi -0,11, indicando uma correlação negativa muito fraca entre o percentual de adultos fumantes e o de fisicamente ativos. O valor de p associado ao teste foi 0,585, o que demonstra ausência de significância estatística (p > 0,05), não sendo possível afirmar a existência de uma correlação linear verdadeira entre as variáveis analisadas no conjunto das capitais brasileiras. Conclusão: Este estudo sugere que não há correlação estatisticamente significativa entre o percentual de adultos fumantes e o percentual de adultos fisicamente ativos nas capitais brasileiras, com base nos dados do “Vigitel 2023”. O teste de correlação de Pearson indicou um coeficiente r = -0,11 e valor de p = 0,585, evidenciando uma correlação negativa muito fraca e sem significância estatística (p > 0,05). Considerando a relevância da temática para políticas públicas de promoção da saúde e controle do tabagismo, são necessários estudos adicionais mais robustos que permitam avaliar com maior precisão esta correlação. |