| Resumo |
Introdução: A ansiedade é um estado mental de intensa preocupação, tensão ou apreensão relacionado a ameaças, potenciais ou não, sobre o futuro. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por alterações da atenção e/ou da impulsividade/hiperatividade e é comum a desregulação emocional, que pode cursar com prejuízo e sofrimento nas crianças e impacto no funcionamento dos pais. Pais não suportivos podem influenciar a apresentação do TDAH. Considerando que o TDAH tem etiologia multifatorial, é necessária uma abordagem que inclua avaliação e acompanhamento dos pais. Objetivos: Realizar uma revisão sistemática de intervenções não farmacológicas para controle de ansiedade em pais de crianças com TDAH. Metodologia: A busca de artigos foi realizada em dezembro de 2024, incluiu artigos publicados até aquela data, sem restrição de idiomas, via ferramenta Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA) nas bases de dados online MEDLINE/PubMed, Embase, SciELO, BVS/LILACS, Scopus, CADTH e DANS. Os descritores usados foram: “Anxiety/neuroses/neurotic/phobia/panic” AND “mother*/father*/parent*” AND (ADHD OR Attention Deficit Hiperactivity disorder”). Os critérios de inclusão foram pais com idade entre 18 e 65 anos com pelo menos um filho biológico com TDAH com idade entre 5 e 14 anos. Os critérios de exclusão foram pais com histórico de uso de substâncias, psicose, depressão severa com ideação suicida, deficiência intelectual e doença neurológica grave. Os artigos foram avaliados usando a ferramenta RYYAN (do Qatar Computing Research Institute). Resultados: Foram encontrados 5520 artigos e 7 desses atendiam aos critérios para análise. Foram encontradas 2 intervenções baseadas em mindfulness, 2 em treinamento de pais, 1 em Parenting Management Training (PMT), 1 em manejo de estresse baseado em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) e 1 em intervenções psicossociais. Nas intervenções com mindfulness houve diminuição do escore de ansiedade dos pais de 10,18 (8,06) para 8,13 (7,0), p=0,003; e de 4,88 (3,47) para 3,08 (3,27) quando comparados aos respectivos controles. Um programa de treinamento de pais alterou escalas de 20,61 (6,78) para 13,06 (7,93), p 0,002, comparadas a controle, e o outro as escalas estresse de 83.74(79.37–88.11) para 71.99(68.23–75.76), p <0,05 após 10 meses, comparada a controle. A intervenção com PMT conjunta com o tratamento medicamentoso diminuiu o escore de ansiedade de 41,3 (15,91) para 31,6 (13,48), p = 0,001 apenas nesse grupo, comparada com tratamento apenas medicamentoso. Na intervenção com TCC, após 30 dias, os escores no grupo controle foi de 11,29 (4,25) e no grupo de intervenção foi de 6,59 (4,27), p < 0.001. Intervenções psicossociais com mães alteraram escores de 9,08 (8,87) para 6,68 (8,46), p<0,001. Conclusão: Há uma diversidade de intervenções não farmacológicas nos artigos, com resultados promissores no controle da ansiedade dos pais desse perfil de crianças. |