| Resumo |
A deficiência visual impõe desafios significativos à mobilidade de milhões de pessoas no mundo [1]. Todos nós, se vivermos o suficiente, teremos pelo menos uma doença ocular ao longo da vida, o que exigirá cuidados adequados. Em sua locomoção, as pessoas cegas utilizam-se basicamente de bengalas convencionais, porém essas, apresentam limitações na detecção de obstáculos, principalmente fora do alcance físico, limitando o reconhecimento do ambiente no entorno [2]. Nesse contexto, tecnologias assistivas baseadas em sensores eletrônicos podem ser utilizadas para ampliar a percepção do ambiente, contribuindo para a mobilidade e segurança de pessoas cegas ou com baixa visão. Este trabalho tem como objetivo desenvolver uma bengala eletrônica de baixo custo, utilizando materiais acessíveis, como canos de PVC, placa microcontroladora Arduino (UNO) [3] e sensor de ultrassom e “buzzer” piezoelétrico, que seja capaz de alertar o usuário sobre a proximidade de obstáculos por meio de sinais sonoros. O projeto conta com a participação de estudantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) do Departamento de Física da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e de bolsistas BICJR do Colégio Estadual Effie Rolfs - Viçosa/MG. A primeira versão da bengala foi construída com materiais hidráulicos de PVC de 3/4 polegadas. Por meio do sensor de ultrassom fixado na extremidade inferior da bengala, voltado para frente, é possível detectar obstáculos a uma distância preestabelecida, sendo informado ao usuário sobre a presença do objeto por meio de sinal sonoro, o que pode garantir um tempo de reação adequado. Os primeiros resultados indicam que a bengala eletrônica desenvolvida pode ser uma alternativa viável, podendo trazer uma maior segurança do que as bengalas tradicionais utilizadas por pessoas com deficiência visual, sendo também ergonômica e leve, compatível com o uso cotidiano. Como perspectivas futuras, pretende-se integrar um motor vibratório para sensibilidade tátil à bengala, ajuste de faixa de frequência sonoras de respostas, para atender diferentes sensibilidades auditivas, aprimoramento de estruturas e realização de testes em situações reais/controladas de uso. |