| Resumo |
Introdução: Considerando as variações hormonais que ocorrem ao longo do ciclo menstrual (CM), entende-se que tais flutuações podem influenciar a composição corporal (CC). Compreender essas flutuações é essencial para interpretar adequadamente avaliações corporais em contextos clínicos e esportivos. Objetivo: Analisar a influência das fases do CM (fase folicular, período ovulatório e fase lútea) na CC de mulheres adultas jovens, eumenorreicas. Material e Métodos: A coleta de dados foi realizada em três fases do CM: folicular inicial (FI), folicular tardia (FT) e lútea média (LM). Em cada fase, foram realizadas avaliações de CC por meio de Densitometria por Absorciometria de Raio X de Dupla Energia (DEXA), permitindo a análise de massa corporal total (MCT), tecido gordo (TG), tecido magro (TM) e tecido ósseo (TO). Para estimar a duração do CM e o período ovulatório, utilizou-se o aplicativo My Calendar®, facilitando a familiarização das participantes com seu ciclo. Também foram realizados exames sanguíneos para mensuração das concentrações hormonais de FSH, LH, estrogênio e progesterona em cada fase. A amostra contou com a participação de 20 mulheres eumenorreicas, com idade entre 18 e 30 anos, IMC entre 16,88 e 21 kg/m², e peso corporal médio de 57,4kg. Resultados: As flutuações hormonais ao longo das fases do CM exercem influência sobre a CC. Foram observadas alterações associadas à retenção hídrica e aumento dos níveis de estrogênio na fase folicular e de progesterona na fase lútea. Embora parte da literatura aponte ausência de impacto significativo do CM na CC, os dados deste estudo indicaram diferença estatisticamente significativa na variável peso corporal, com destaque para a comparação entre a fase folicular inicial e a fase lútea média (p = 0,038). Os achados reforçam as evidências encontradas na literatura, apontando que o peso corporal é a única variável que apresentou variação expressiva entre as fases do CM. Conclusão: Os resultados sugerem que, além das flutuações hormonais, fatores como genética, processos biológicos, hidratação e estilo de vida podem influenciar a CC. Dessa forma, torna-se fundamental considerar as variações cíclicas do CM na avaliação e interpretação de dados referentes a mulheres adultas jovens. Para estudos futuros, recomenda-se a ampliação do número amostral e a inclusão de grupos comparativos entre usuárias e não usuárias de contraceptivos orais, a fim de obter análises mais precisas e robustas. |