| Resumo |
Introdução: A adolescência é uma fase crítica do desenvolvimento humano, caracterizada por mudanças fisiológicas, psicológicas e comportamentais. Os hábitos alimentares adotados nesse período tendem a se consolidar na vida adulta. Nesse contexto, o consumo de bebidas adoçadas com açúcar (BAA), como refrigerantes, tem aumentado entre os adolescentes, o que resulta no aumento da ingestão calórica diária e pode contribuir para ocorrência de excesso de peso. Objetivo: Avaliar a associação entre o consumo de bebidas adoçadas e o estado nutricional de adolescentes. Metodologia: O presente estudo faz parte do projeto de extensão PRJ-031/2008, intitulado “Atendimento nutricional a adolescentes de um colégio de aplicação: ações educativas de promoção da saúde e prevenção de doenças – NutColuni”, desenvolvido com alunos do 1º ano do ensino médio e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (CEP/UFV, parecer nº 1.852.326). Em março de 2025 foi aplicado um questionário semi-estruturado que abordava questões sobre hábitos alimentares e frequência semanal de consumo de BAA. Ademais, foram avaliados quanto ao estado nutricional, com aferição de peso (kg) e estatura (m), para cálculo do Índice de Massa Corporal por idade (IMC/I), classificado em magreza, eutrofia ou excesso de peso, conforme pontos de corte da Organização Mundial da Saúde (2007). A associação entre o consumo de BAA e o estado nutricional foi verificada no software SPSS, versão 20.0, pelo teste qui-quadrado, com nível de significância de 5%. Resultados: Foram analisados 117 adolescentes, sendo 53,8% (n=63) do sexo feminino. A mediana da idade foi de 15 (14-16) anos. Em relação ao estado nutricional, a maioria apresentava eutrofia (79,5%, n=93), 19,6% (n=23) excesso de peso e 0,9% (n=1) magreza. Ao analisar o consumo de BAA, 56,4% (n=66) relataram consumir quatro vezes ou mais na semana. Não foi observada associação entre consumo de refrigerante e o estado nutricional (IMC/I) (p=0,590). Conclusão: Apesar da ausência de associação, a alta frequência do consumo de BAA entre adolescentes é preocupante pois a literatura já confirma os riscos para a saúde advindos do consumo dessas bebidas, sugerindo a importância da educação alimentar e nutricional para esses indivíduos, como forma de intervenção precoce útil na promoção de hábitos alimentares saudáveis e prevenção de doenças na adolescência. |