| Resumo |
A oxidação é um dos principais mecanismos de deterioração dos alimentos. A ação de compostos fenólicos, conhecidos por sua capacidade antioxidante, ajuda a preservar as características sensoriais dos alimentos e a prolongar sua vida de prateleira, combatendo a oxidação. Com o objetivo de aproveitar resíduos da indústria de beneficiamento de café, foi realizado um estudo visando avaliar o potencial de extração de compostos fenólicos da casca do café por meio da ação do campo elétrico pulsado. Dez gramas de casca de café foram submetidas a 6 mil volts de tensão no campo elétrico pulsado, e outras dez gramas foram submetidas a 8 mil volts. Em seguida, foi realizado o procedimento de extração: adicionaram-se 50 mL de álcool 70% em erlenmeyers de 100 mL, contendo cinco gramas das amostras já tratadas com o campo elétrico pulsado, obtendo-se dois erlenmeyers com cascas pré-tratadas a 6 mil volts e dois com cascas tratadas a 8 mil volts. Também foram preparados quatro erlenmeyers com amostras controle, sem tratamento. Na sequência, dois erlenmeyers das amostras controle foram mantidos em refrigeração por 24 horas, enquanto os outros seis erlenmeyers com amostras foram submetidos a banho ultrassônico a 40 °C, com 50% de eficiência e 45 Hz de potência, por 50 minutos. Após esse processo, as oito amostras foram centrifugadas a 5.000 rpm por 20 minutos, separando-se as fases sólida e líquida. A parte sólida foi descartada, e a parte líquida foi levada ao rotaevaporador a 40 °C e 80 rpm para extração do álcool, obtendo-se 15 mL de extrato, garantindo a completa retirada do álcool. Em seguida, foi realizada a quantificação de fenólicos totais em uma leitora de placas SpectraMax iD3. Como resultado, observou-se que as amostras submetidas a 6 mil volts apresentaram 2,56 miligramas equivalente do composto fenólico natural, ácido gálico, por grama de casca, sendo 88,24% mais eficientes do que a extração feita apenas com refrigeração e 53,29% mais eficientes em relação à extração feita apenas com banho ultrassônico. Já as cascas de café submetidas a 8 mil volts apresentaram 2,19 miligramas equivalente de ácido gálico por grama de casca, sendo 61,03% mais eficientes do que a extração feita apenas com refrigeração e 31,14% mais eficientes em relação à extração feita apenas com banho ultrassônico. Com isso, foi possível observar que a extração utilizando um pré-tratamento a 6 mil volts foi mais eficiente do que o pré-tratamento a 8 mil volts, indicando a voltagem de 6 mil no campo elétrico pulsado como mais promissora para pesquisas futuras relacionadas à biodisponibilização de compostos fenólicos a serem utilizados como antioxidantes. |