| Resumo |
Introdução: Hábitos inadequados na adolescência, como alimentação pouco saudável e sedentarismo, favorecem o excesso de peso e as alterações pressóricas, os quais estão relacionados ao risco cardiovascular e metabólico, podendo contribuir para o desenvolvimento da obesidade e da hipertensão arterial já nessa fase da vida. A identificação precoce desses fatores é essencial para o tratamento adequado e a prevenção de complicações. Objetivos: Relacionar o estado nutricional com a pressão arterial dos adolescentes de um Colégio de Aplicação. Metodologia: O estudo é derivado de ações de um projeto de extensão (PRJ-031/2008) aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (CEP UFV, parecer 1.852.326), intitulado "Atendimento nutricional a adolescentes de um colégio de aplicação: ações educativas de promoção de saúde e prevenção de doenças - NutColuni". Em 2025 foram realizadas avaliações antropométricas e aferição da pressão arterial, com alunos do primeiro ano. O estado nutricional foi determinado a partir do Índice de Massa corporal (IMC) para idade, com base nos pontos de cortes da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007) e a pressão arterial foi classificada segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2017) com classificação específica para adolescentes: normal, pré-hipertensão, hipertensão estágio 1 e estágio 2. Os dados foram analisados no software SPSS (v.20.0) e a normalidade verificada pelo teste de Kolmogorov–Smirnov. Realizou-se correlação de Spearmann entre os níveis pressóricos e o IMC, e teste qui-quadrado para verificar a associação entre a pressão arterial classificada e o estado nutricional, adotando 5% de significância. Resultados: Foram analisados 117 alunos, dos quais 53,8%(n=63) eram do sexo feminino. A mediana da idade desses adolescentes foi de 15(14-16) anos. Dentre os participantes, 22,3%(n=26) apresentaram alteração nos níveis pressóricos, sendo 14,5%(n=17) classificados com pré-hipertensão, 5,1%(n=6) com hipertensão estágio 1 e 6%(n=3) com hipertensão estágio 2. Quanto ao estado nutricional, 80,3%(n=94) apresentaram eutrofia e 19,7%(n=23) excesso de peso. A pressão arterial não se correlacionou com o IMC (p=0,308). Da mesma forma, não foi observada correlação entre a presença de pressão arterial elevada e o excesso de peso (p > 0,05). Além disso, não houve associação entre as classificações da pressão arterial e o estado nutricional (p=0,142). Conclusão: Apesar da ausência de associação, as alterações pressóricas entre os adolescentes são preocupantes pois, embora tenha sido uma medida pontual, sujeita à influência de muitos fatores, essas alterações podem evoluir de forma silenciosa, ocasionando sérios riscos cardiovasculares. Dessa forma, o acompanhamento contínuo é extremamente necessário. As ações do Projeto Nutcoluni são essenciais para o monitoramento e promoção da saúde cardiovascular em adolescentes. Agradecimento à PEC, PCD e PIBEX UFV. |