| Resumo |
Este trabalho analisa o ambiente escolar da Escola Estadual Dr. Raimundo Alves Torres (ESEDRAT) a partir da perspectiva da afetividade e da comunicação entre professores e alunos. A observação foi realizada ao longo de dois meses de residência pedagógica, evidenciando uma infraestrutura pouco acolhedora, associada a práticas pedagógicas engessadas e distantes da realidade dos estudantes. Constatou-se uma ausência de diálogo aberto entre docentes e discentes, além de uma comunicação frequentemente autoritária por parte dos professores, o que impacta diretamente o processo de aprendizagem e o desenvolvimento integral dos alunos. Esse cenário destaca a necessidade de uma abordagem pedagógica mais sensível e inclusiva, que valorize as emoções, incentive a curiosidade e promova a experimentação. Nesse contexto, a atuação do Núcleo Arte: Artes Visuais, Dança e Teatro assume papel fundamental, buscando contribuir com práticas educativas que rompam com modelos tradicionais e promovam vínculos mais afetivos e dialógicos no ambiente escolar. O núcleo esteve composto por três preceptoras licenciadas em Arte: a professora Elieny Magalhães Fernandes (Artes Visuais), a professora Débora Kamashe Henrique de Souza (Dança) e a professora Carla de Godoi Floresta Mota (Música). A professora Elieny era responsável pelo acompanhamento dos residentes que atuaram especificamente na ESEDRAT, campo de observação deste estudo. Ao todo, o núcleo conta com 15 residentes do Curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob coordenação da docente Rosana Aparecida Pimenta. A organização das atividades do núcleo esteve alinhada com projetos pedagógicos desenvolvidos em edições anteriores do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e do Programa Residência Pedagógica (PRP), estabelecendo conexões entre a linguagem da dança e outras linguagens artísticas, com o objetivo de aproximar a formação em Dança na UFV da prática da Arte-Educação na escola pública. A motivação para a escrita deste relato surgiu a partir da vivência na ESEDRAT, onde se percebe uma lacuna significativa no que se refere à afetividade nas relações escolares. A experiência no campo evidenciou como a ausência de empatia e de comunicação respeitosa entre os diversos segmentos da escola — do corpo docente à gestão e à estrutura física — afeta diretamente o envolvimento dos estudantes e os processos de ensino e aprendizagem. |