| Resumo |
Introdução: Em mulheres com câncer de mama em tratamento quimioterápico, são frequentes sintomas gastrointestinais como constipação, diarréia, náuseas, vômitos e mucosite, que impactam o peso corporal e o estado nutricional, podendo agravar o prognóstico da doença. Objetivo: Avaliar a associação entre os efeitos gastrointestinais e as alterações do peso corporal de mulheres com câncer de mama em quimioterapia. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e analisou uma amostra composta por 214 mulheres com diagnóstico de câncer de mama, submetidas ao tratamento quimioterápico no Hospital do Câncer da Fundação Cristiano Varella, localizado em Muriaé - MG, entre 2021 e 2022, submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da Universidade Federal de Viçosa, sob o parecer nº 4.093.017. A variação de peso foi calculada em percentual, com base no peso autorreferido antes do diagnóstico e no momento da coleta de dados. A presença de efeitos gastrointestinais foi identificada por meio de questionário semiestruturado, considerando sintomas como efeitos adversos da quimioterapia relacionados ao consumo alimentar, náuseas, alteração do paladar e mucosite. Os dados foram organizados utilizando o software Excel®, e as análises estatísticas foram realizadas pelo SPSS. Para verificar a correlação entre as variáveis, foi empregado o teste qui-quadrado de Pearson. O nível de significância adotado foi p < 0,05. Resultados: Os resultados indicaram associação linear por linear estatisticamente significativa, entre efeitos adversos da quimioterapia relacionados ao consumo alimentar (p = 0,025) e à alteração do paladar (p = 0,045) com as alterações do peso corporal em mulheres com câncer de mama em quimioterapia. Assim, quanto mais frequentes estes efeitos adversos gastrointestinais, maior a alteração do peso. Os demais efeitos gastrointestinais avaliados não apresentaram associação estatisticamente significativa. Conclusão: Conclui-se que os efeitos adversos da quimioterapia relacionados ao consumo alimentar e à alteração do paladar expõem uma associação linear significativa com a alteração de peso. Dessa forma, observa-se uma ligação proporcional entre as variáveis, ou seja, à medida que esses efeitos se intensificam, também se tornam mais frequentes as alterações no peso corporal. Assim, esses fatores podem interferir diretamente no manejo clínico durante o tratamento e impactar negativamente o prognóstico da doença. |