| Resumo |
O século XXI é caracterizado pelo uso intensivo das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), que ampliaram o acesso à informação e a conexão entre pessoas, segundo Camas et al (2013). Sabe-se, portanto, que a inserção de tais tecnologias se deu em todos os campos, no presente trabalho destacamos a área de Educação, onde as discussões e estudos sobre TDIC, Mídias Digitais e Competências Digitais ganharam notoriedade nos últimos anos (Santos, Rosa e Bulegon, 2021). Assim, em meados de 2017, a Comissão Europeia lançou o Quadro Europeu de Competência Digital para Educadores (DigCompEdu), com seis áreas-chave: desenvolvimento profissional, recursos digitais, ensino e aprendizagem, avaliação, capacitação dos aprendentes e promoção da competência digital (Lucas, Moreira, 2018). No Brasil, a pandemia da Covid-19 acelerou o uso de tecnologias no ensino e destacou a importância de investigar as competências digitais docentes, especialmente no ensino superior, onde a formação de futuros professores exige domínio dessas ferramentas. Nesse contexto, foi realizada uma pesquisa com professores da área de Ciências da Natureza (Química, Física e Biologia) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), com o objetivo de mapear suas competências digitais e analisar seu impacto na formação de licenciandos. A pesquisa, de abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, está sendo realizada por meio de um questionário via Google Forms, baseado no modelo validado por pesquisadores portugueses e adaptado pelos autores. O instrumento contou com 21 afirmações e perguntas sobre o perfil dos participantes, como tempo de experiência docente e frequência em formações continuadas com foco em TDIC. A investigação preliminar identificou um grupo de 12 professores e, considerando que a pesquisa ainda está em andamento, os resultados tratam de apresentar uma base do que foi respondido até então pelos docentes, sendo composto por: 20% de Ciências Biológicas, 40% de Química e 40% de Física. Assim, tais resultados mostram que nenhum docente participou de formação específica sobre tecnologias educacionais durante os anos de experiência profissional e apenas um relatou usar ferramentas de Inteligência Artificial como o ChatGPT e GAMMA APP. A média de proficiência digital foi classificada no nível B1 (Integrador) do DigCompEdu, indicando que os docentes utilizam tecnologias em várias práticas, mas ainda enfrentam desafios quanto à escolha e adaptação das ferramentas pedagógicas. As maiores lacunas foram observadas nas áreas de “Capacitação dos Aprendentes” e “Avaliação”, enquanto “Recursos Digitais” foi o domínio com melhor desempenho. O estudo indica que, apesar da integração parcial das tecnologias digitais, há necessidade de ampliar o uso pedagógico estratégico dessas ferramentas. Os resultados reforçam a urgência de programas de formação continuada e o apoio institucional para promover práticas docentes mais alinhadas à cultura digital. |