| Resumo |
Introdução: A adolescência é um período de risco para o desenvolvimento da obesidade, que pode persistir na vida adulta. A absorciometria de raios X de dupla energia (DEXA) é o método mais preciso para avaliar a gordura corporal, mas seu alto custo e complexidade operacional e de disponibilidade limitam o uso. A bioimpedância elétrica surge como alternativa prática, mas como seus resultados podem variar, por exemplo, conforme sexo e idade, por isso, sua precisão deve ser investigada. Objetivo: Investigar a concordância entre a bioimpedância elétrica (BIA) realizada pelo InBody 230® e o DEXA na avaliação da gordura corporal de adolescentes do sexo feminino. Metodologia: Este trabalho integra o projeto de iniciação científica (PIBIC) intitulado “Concordância entre a bioimpedância elétrica e o DEXA para avaliação da gordura corporal de adolescentes” com vigência de setembro de 2024 a agosto de 2025. Tal projeto deriva do estudo “Condições de nascimento e situação de saúde e nutrição na adolescência como determinantes do risco cardiometabólico na vida adulta”, submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Aqui serão considerados o percentual de gordura corporal (%GC) obtido pelo DEXA e pela BIA (InBody 230®) de adolescentes do sexo feminino, de 10 a 19 anos, nascidas em Viçosa-MG, avaliadas entre 2010 e 2015. As medidas foram feitas pela manhã, em jejum de 12 horas, seguindo protocolo específico de preparo e condução dos exames. O %GC foi classificado segundo ponto de corte proposto por Willians (1992). Os dados foram analisados no software SPSS versão 20.0. A normalidade foi testada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Apresentou-se frequência absoluta e relativa das variáveis. A concordância entre os dois métodos foi verificada pelo teste de Kappa, considerando 5% de significância. Resultados: O estudo compreendeu 538 adolescentes do sexo feminino, com mediana de idade de 16 anos (10–19). O excesso de gordura corporal foi identificado em 69,3% (n=373) pelo DEXA e 63,4% (n=341) pelo InBody 230®; 30,7% (n=165) e 36,6% (n=197) foram classificadas como normais por cada método, respectivamente. A mediana do %GC foi de 27,2% (9,0%-52,6%) pelo InBody 230®, e de 28,36% (8,5%-56,0%) pelo DEXA. O coeficiente de concordância Kappa entre o DEXA e o InBody 230® foi de 0,809 (p < 0,001). Conclusão: A medida de percentual de gordura corporal pelo Inbody 230® demonstrou forte concordância com a realizada pelo DEXA, indicando que o Inbody 230® é um método confiável para avaliar a gordura corporal em adolescentes do sexo feminino, e por ser mais acessível, poderá favorece a detecção precoce de riscos associados à obesidade. Agradecimentos: Ao PIBIC e à UFV, à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo financiamento (APQ-03016-23), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa, e ao Departamento de Nutrição e Saúde. |