| Resumo |
Sabemos que as transformações tecnológicas das últimas décadas alteraram as formas de acesso ao conhecimento, sobretudo no que tange às práticas educativas no Ensino Superior. Nesse contexto, a presente pesquisa bibliográfica objetiva discutir o uso de redes sociais como ferramenta didática e metodológica voltada para estudantes adultos, com foco na utilização de vídeos curtos como instrumento de apoio ao desenvolvimento de tarefas acadêmicas. Dentre os desafios enfrentados por esse público, destacam-se a dificuldade com a formatação de trabalhos segundo as normas da ABNT, a resistência no uso de ferramentas digitais e a preferência por métodos tradicionais, como o uso de cadernos. A partir de uma abordagem qualitativa, foram analisadas publicações acadêmicas que investigam a função das redes sociais na Educação Superior, com destaque para os trabalhos de Leal e Marques (2011), e de Leka e Grinkraut (2014). Os estudos revelam que plataformas como TikTok, Instagram e Facebook têm se mostrado eficazes ao oferecer conteúdos objetivos, acessíveis e de rápida assimilação, auxiliando estudantes na resolução de demandas práticas do ambiente acadêmico. Além disso, sob a perspectiva freiriana, a curiosidade, inicialmente ingênua, pode ser mobilizada por essas ferramentas, transformando-se em curiosidade epistemológica à medida que o estudante é instigado à reflexão e à problematização crítica do conteúdo. Embora apresentem limitações e riscos, as redes sociais, quando utilizadas com intencionalidade pedagógica, revelam-se potenciais aliadas na construção do conhecimento, favorecendo práticas de aprendizagem mais interativas, inclusivas e compatíveis com as experiências concretas dos sujeitos. Nesse sentido, a pesquisa evidencia que o uso consciente e direcionado das redes sociais pode contribuir para a formação acadêmica de estudantes adultos, promovendo a articulação entre saberes escolares e o cotidiano digital. Conclui-se que a incorporação crítica dessas mídias no processo de ensino e aprendizagem configura uma estratégia para a superação de barreiras metodológicas no Ensino Superior, sobretudo ao considerar as demandas contemporâneas e os desafios enfrentados por sujeitos que retomam a vida acadêmica em fases mais avançadas da vida. |