| Resumo |
O câncer de mama (CM) caracteriza-se pela multiplicação desordenada de células que alteram a estrutura do tecido mamário, formando nódulos, principalmente nos lóbulos (glândulas mamárias e carcinoma lobular) ou nos ductos mamários (carcinoma ductal) (Rahman et al., 2021). No Brasil, o é o tipo mais frequente de câncer entre as mulheres, excluindo os tumores de pele não melanoma, e representa a principal causa de mortalidade por câncer nesse grupo. Para cada ano do triênio de 2023-2025, estima-se a ocorrência de 73.610 novos casos de CM, correspondendo a uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100 mil mulheres (Instituto Nacional de Câncer, 2024). Associado à doença, observa-se outras comorbidades comumente presentes, como hipertensão arterial sistêmica e outras doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, aumento do colesterol total e triglicerídeos, entre outros (Mialich et al., 2021). Assim, o presente estudo tem como objetivo avaliar a prevalência de comorbidades em mulheres diagnosticadas com câncer de mama, atendidas no Hospital do Câncer de Muriaé (Fundação Cristiano Varella), no período de dezembro de 2021 a junho de 2022. Na ocasião, foram entrevistadas 218 mulheres e coletadas informações referentes às comorbidades hipertensão arterial sistêmica (HAS), hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, doença renal, distúrbio da tireóide, gastrite, refluxo, anemia, depressão e ansiedade, por meio do autorrelato obtido a partir da aplicação de um formulário estruturado. Para a avaliação dessas condições na população estudada, durante o período estabelecido, foi calculada a prevalência por meio da razão entre o número de mulheres que apresentavam cada comorbidade e o total de participantes da amostra, sendo o resultado multiplicado por 100 para expressá-lo em porcentagem. Entre as comorbidades avaliadas, observou-se maior prevalência de HAS (41,28%) e ansiedade (38,99%). Em seguida, destacaram-se depressão (17,89%), gastrite (16,06%) e refluxo gastroesofágico (14,22%). As demais condições apresentaram as seguintes prevalências: hipercolesterolemia (12,39%), anemia (11,93%), diabetes mellitus (10,09%), doenças cardiovasculares (9,63%), distúrbios da tireóide (8,72%) e hipertrigliceridemia (6,88%). Baseado nisso, conclui-se que a hipertensão arterial e os transtornos psicológicos, como a ansiedade e depressão, constituem as doenças mais frequentes entre as mulheres atendidas na Fundação Cristiano Varella. Esses achados reforçam a importância da abordagem multidisciplinar no acompanhamento dessas pacientes, considerando também o impacto das demais condições associadas que podem piorar o prognóstico, a qualidade de vida e a adesão ao tratamento oncológico. |