| Resumo |
As práticas de educação alimentar e nutricional entre crianças e adolescentes são métodos que buscam a promoção da saúde e a construção de hábitos alimentares, desde a primeira infância. Promover o acesso a uma alimentação nutricionalmente equilibrada nessa fase é primordial para o crescimento e desenvolvimento, principalmente para indivíduos em situação de vulnerabilidade social. Desse modo, o objetivo do presente trabalho é descrever a realização de uma atividade de educação alimentar e nutricional, realizada por meio de estratégias lúdicas que ensinassem sobre autonomia alimentar, voltada a crianças e adolescentes do Consórcio Intermunicipal para Assistência à Criança e ao Adolescente (CIACA). Os indivíduos atendidos pelo CIACA encontram-se em situação de vulnerabilidade social, afastados de suas famílias por diferentes circunstâncias. Por meio das atividades propostas, buscou-se não apenas promover conhecimento, mas também fortalecer vínculos afetivos e proporcionar momentos de cuidado e escuta. A atividade ocorreu no dia 27 de abril de 2025 e foi organizada pelos alunos do Programa de Educação Tutorial em Nutrição (PET NUT), da Universidade Federal de Viçosa. Inicialmente, foi realizada uma roda de conversa para promover interação entre os grupos. Em seguida, as crianças entre 2 e 8 anos de idade e os adolescentes de 12 a 17 anos realizaram o plantio de orégano e alecrim em uma horta improvisada e o plantio de sementes de feijão em algodão, sendo orientadas sobre os cuidados necessários para cada plantio. As crianças e os adolescentes foram estimulados a cuidar e acompanhar o desenvolvimento das plantas, sendo instruídos sobre como utilizá-las em futuras preparações culinárias (no caso do orégano e alecrim). Pode-se observar que as crianças menores tiveram participação mais ativa, mostrando espontaneidade no envolvimento, enquanto alguns participantes apresentaram maior necessidade de atenção e acolhimento durante as atividades. Tal demanda reflete não apenas a individualidade, mas também o contexto socioeconômico, afetivo e familiar em que estão inseridos, caracterizado pelo afastamento da família, insegurança emocional e ausência de políticas públicas efetivas. A nutricionista responsável pelo local elogiou as atividades realizadas com as crianças e adolescentes e incentivou visitas futuras na organização. Pode-se evidenciar a necessidade de abordagens mais humanizadas, sensíveis e acolhedoras, que envolvem não só o aspecto educativo, mas também o vínculo afetivo. Portanto, fazem-se necessárias novas visitas ao local com o intuito de dar continuidade às práticas de educação alimentar e nutricional iniciadas. |