Resumo |
Comportamentos sedentários e a inatividade física têm aumentado cada vez mais devido ao desenvolvimento e modernização da tecnologia, às mudanças no padrão de transporte e aos valores culturais. O excesso de tempo gasto em atividades sedentárias e os baixos níveis de atividade física se associam a maiores riscos de morbi-mortalidade e ao desenvolvimento de doenças crônicas. Estudos anteriores já constataram que a magnitude dos riscos de excesso de tempo sentado para a saúde é atenuado ou mesmo eliminado em praticantes de atividade física. A prática regular de atividade física, por sua vez, possui um enorme potencial redutor no desenvolvimento de várias doenças, além de manter o peso corporal saudável e melhorar a saúde mental e a qualidade de vida. Sugere-se, atualmente, que todos os adultos pratiquem atividade física regularmente. Em dezembro de 2019, a pandemia do coronavírus (COVID-19) trouxe inúmeras consequências ao cotidiano e à saúde mundial. O isolamento social foi uma das ações preventivas utilizadas para conter o vírus. Nesse período, o confinamento domiciliar induziu uma diminuição substancial nos níveis globais de atividade física. Se tratando de estudantes universitários, as aulas on-line agravaram ainda mais o comportamento sedentário. Considerando que discentes fisicamente ativos apresentam melhor qualidade de vida, saúde e desempenho acadêmico, o presente estudo busca analisar os níveis de atividade física de estudantes universitários brasileiros antes e durante a pandemia da COVID-19, bem como as alterações nos níveis de comportamento sedentário. A amostra foi composta por 915 discentes matriculados na graduação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em seus três campi (Viçosa, Florestal e Rio Paranaíba - Minas Gerais), de ambos os gêneros e com idade média de 23 anos. Os dados foram coletados de maneira on-line por intermédio de um questionário adaptado do questionário elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz em 2020 e pela versão curta do Internacional Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Os resultados permitiram visualizar o impacto que o isolamento social trouxe ao cotidiano dos alunos, bem como aos níveis de sedentarismo e de atividade física, visto que todas as intensidades de atividades físicas se mostraram em menor quantidade no período pandêmico. O estudo oferece, assim, subsídios para a elaboração de programas de prevenção e promoção de saúde voltados a esse público. |