Resumo |
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é uma política nacional de formação e fomento à docência para a educação básica, que procura aproximar discentes dos cursos de licenciatura à escola. A pandemia de Covid-19 iniciada em 2020 produziu abruptas mudanças na sociedade. Diante disso, o PIBID 2020-2022 de Educação Física (EF) iniciou suas atividades em formato remoto e, após autorização escolar, foi possível o acompanhamento de aulas presenciais. Assim, bolsistas do programa (IDs) experimentaram diferentes perspectivas sobre o ensino da Educação Física nestas modalidades de ensino. O PIBID oferece um cenário peculiar para compreender experiências de professores de EF em formação vivenciadas remota e presencialmente, em suas potencialidades e fragilidades. Assim, as vivências e o relato dos discentes no programa ampliam reflexões sobre a dinâmica formativa estudantes de Licenciatura em Educação Física. Evidenciar e refletir percepções de dois bolsistas do PIBID EF 2020-2022 sobre suas participações no programa de forma remota e presencial. Trata-se de um estudo qualitativo, com base nas experiências de IDs de EF no PIBID vinculados a uma universidade mineira. Para a análise foram mobilizados registros documentais da participação dos IDs tais como relatórios, planos de aula e reuniões gravadas, bem como acessadas as memórias de sujeitos implicados. Evidenciou-se que os dois cenários de realização das aulas de EF apresentaram possibilidades para o ensino e contribuições para a formação e prática pedagógica dos IDs. As aulas remotas inseriram a disciplina em um novo meio. Assim, os IDs puderam observar os conteúdos da EF de outra perspectiva, interligando o aprendizado e uso de tecnologias educacionais para as intervenções nesse contexto. Utilizou-se plataformas de videoconferência, montagem de jogos eletrônicos e ferramentas digitais de interação. Ao mesmo tempo, esse formato revelou adversidades no que tange o processo de ensino-aprendizagem, visto que foi necessária a adaptação dos conteúdos de forma remota sem que houvesse tempo para um processo de transição adequado. Verificou-se um distanciamento e não adesão da maioria dos alunos às aulas remotas, somando-se às dificuldades de acesso e contexto socioeconômico. Além disso, saberes conceituais foram constantemente centro de discussões em detrimento de objetivos procedimentais e atitudinais nas aulas remotas. Nas aulas de EF presenciais, os IDs aproximaram-se de uma realidade escolar cotidiana, seja na realização das atividades e participação dos alunos, seja na rotina do professor supervisor e outros agentes da escola. A EF reencontrou-se com velhos paradigmas que permeiam a expectativa dos estudantes sobre os saberes e conteúdos experienciais. A participação no PIBID contribuiu para a formação dos IDs imbricando saberes da realidade do trabalho docente aos curriculares, experienciados no curso de EF em uma realidade peculiar da história do sistema educacional. |