Resumo |
A biomassa florestal é uma fonte de energia renovável com potencial de desenvolvimento, sendo uma alternativa para a redução da dependência dos combustíveis fósseis. O Brasil é o maior produtor mundial de carvão vegetal e detêm 12% da produção global. O gênero Eucalyptus destaca-se como uma das principais biomassas utilizadas na produção de energia, aliando características desejáveis de rápido crescimento e plasticidade. O Eucalyptus globulus é uma espécie que já vem se destacando na obtenção de polpa celulósica, entretanto, a utilização da espécie para fins energéticos ainda é incipiente. O objetivo desse estudo foi determinar as principais propriedades da madeira e do carvão vegetal de clones de E. globulus e avaliar a viabilidade para fins energéticos. O experimento foi realizado no Laboratório de Painéis e Energia da Madeira – LAPEM/UFV em delineamento inteiramente casualizado, com 4 clones de E. globulus, identificados como CNB25, CNB26, CNB27, CNB28. Determinou-se a composição química estrutural, densidade básica e poder calorífico superior da madeira. Amostras compostas de cada árvore foram utilizadas para carbonização, em mufla de laboratório, adaptada para coleta de gases condensáveis. Determinou-se o rendimento gravimétrico em carvão vegetal, densidade relativa aparente, composição química imediata e friabilidade. As informações referentes as propriedades da madeira e do carvão vegetal, para cada material genético, foram submetidas à análise de variância (ANOVA) e, quando estabelecidas diferenças significativas, os tratamentos foram comparados entre si por meio do teste de Tukey a 5% de significância, utilizando-se o software estatístico R. Os clones CNB25 e CNB27 mostraram maior potencial para a produção de energia, com densidade básica de 0,604 g/cm³ e 0,612 g/cm³ e teor de lignina total de 31,7 e 33,8%, respectivamente. Observou-se que os clones CNB25 e o CNB27 possuem qualidades desejáveis para a siderurgia, com o rendimento gravimétrico em carvão vegetal de 34,4% e 34,7%, teor de voláteis de 30,4% e 30,5%, carbono fixo de 69,2% e 68,2%, rendimento em carbono fixo de 23,7% e 23,5%, e densidade energética de 2,82 Gcal.m-3 e 2,85 Gcal.m-3, respectivamente. Concluiu-se que o clone CNB25 é o mais recomendado para a produção de energia por ter apresentado elevada densidade energética e maior teor e rendimento em carbono fixo. |