Resumo |
INTRODUÇÃO: Melhorar a qualidade da assistência pré-natal, visando reduzir as taxas de morbimortalidade materna e infantil, assim como proporcionar às gestantes uma experiência mais positiva durante a gravidez são objetivos das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS). Uma dessas recomendações é a suplementação profilática de Ferro (Fe) e Ácido Fólico (AF), importantes na prevenção da anemia materna e de defeitos congênitos no tubo neural do feto (DTNs), respectivamente, dentre outros benefícios. Entretanto, a adesão dessas suplementações sofre influência de fatores sociodemográficos e econômicos, podendo impactar em desfechos negativos durante a gravidez. OBJETIVO: Identificar, na literatura, os fatores associados à adesão à suplementação de Fe e AF durante a durante a gravidez. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura em que foram utilizadas as bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Utilizaram-se os descritores: suplementação ácido fólico, sulfato ferroso, tubo neural, gestação, anemia materna e adesão. Foram critérios de inclusão estudos originais. RESULTADOS: Foram incluídos nesta revisão 3 artigos originais. Estudos demonstraram que o índice de mulheres que realizam a suplementação é baixo, provocando uma maior incidência de DTNs entre os nascidos vivos e de anemia materna, principalmente nos países em desenvolvimento. Os fatores associados a maior adesão do AF durante a gestação foram mulheres com maior renda e escolaridade, brancas, que convivem com o companheiro, primíparas, que começaram o pré-natal no primeiro trimestre da gravidez, que realizaram seis ou mais consultas e que possuem maior acesso à informações, enquanto o menor consumo foi visto principalmente entre gestantes negras, mais pobres, com menor escolaridade, multíparas, que não planejaram a gravidez e que realizaram menos que sete consultas de pré-natal. Já os fatores associados à maior adesão à suplementação do Fe durante a gravidez foram idade materna menor que 20 anos, renda familiar maior que um salário-mínimo, negras, primíparas, que eram suplementadas com vitaminas e que passaram por seis ou mais consultas de pré-natal. Os principais obstáculos encontrados para seu uso foram esquecimento, efeitos gastrointestinais e preço elevado. Os estudos mostraram também que a adesão ao Fe é baixa entre as gestantes com mais anos de estudo, principalmente entre as que são consideradas de baixo risco para complicações durante a gestação e parto, como as com mais de 20 anos; brancas; multíparas e que não eram suplementadas. CONCLUSÃO: Conclui-se que a suplementação por AF e Fe durante a gestação está aquém do recomendado. Além disso, sua adesão está associada a fatores como raça/cor, renda, escolaridade e assistência pré-natal. É necessário criar medidas que promovam maior acesso a essas suplementações objetivando impactar positivamente na saúde materna, fetal e infantil. |