Resumo |
INTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença crônica e multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e associada ao desenvolvimento de risco cardiometabólico. No entanto, alguns indivíduos com obesidade não apresentam alterações metabólicas, sendo estes metabolicamente saudáveis. OBJETIVO: Caracterizar a amostra de acordo com o fenótipo metabólico. METODOLOGIA: Trata-se de um corte transversal de um estudo clínico randomizado, realizado com os dados basais de 81 participantes da fase três do “Estudo Castanhas Brasileiras”. Participaram do estudo adultos de ambos os sexos e com obesidade (IMC ≥ 30 kg/m²). A coleta de dados foi realizada no período de outubro de 2021 a maio de 2022 por meio de análises bioquímicas, medidas antropométricas e composição corporal. Após as coletas, os voluntários foram classificados de acordo com o fenótipo metabólico, em pessoas com obesidade metabolicamente saudável (FMS) ou com obesidade metabolicamente não saudável (FMNS), considerando os pontos de corte para as variáveis glicemia de jejum (≥100 mg/dL), triglicerídeos (≥150 mg/dL) e pressão arterial (pressão arterial sistólica ≥ 130 mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 85 mmHg). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa e registrado no ReBEC (PBR-8xzkyp2). As análises estatísticas foram realizadas no SPSS v. 20, com nível de significância de 5%. As variáveis categóricas foram apresentadas como frequência relativa e as quantitativas como média (desvio-padrão), utilizando teste t de Student. RESULTADOS: A amostra tem idade média de 32,15 (8,25) anos, sua maioria do sexo feminino (66,7%, n=54) e do grupo FMNS (64,2%, n=52). Para os participantes do FMNS, esses tiveram maior média de idade (33,5 ± 8,73 vs. 29,7 ± 6,77 anos, p=0,044), bem como maiores valores de pressão arterial sistólica (126,4 ± 16,89 vs 116,8 ± 7,90 mmHg, p=0,001) e diastólica (83,6 ± 11,80 vs. 74,9 ± 6,44 mmHg, p=<0,001), glicose (98,9 ± 20,0 mg/dLvs 88,6 ± 5,4 mg/dL, p=0,001), triglicerídeos (168 ± 87,29 vs. 99,8 ± 25,70 mg/dL, p=<0,001), colesterol total (198,2 ± 40,76 vs. 176,9 ± 27,77 mg/dL, p=0,007) e o colesterol VLDL (32,1 ± 14,63 vs. 19,9 ± 5,21 mg/dL, p=<0,001). Peso, IMC, perímetro do quadril, perímetro da cintura, % de gordura corporal, colesterol LDL e HDL, zinco, selênio e proteína C reativa não diferiram entre os grupos. No grupo FMNS, os percentuais para as variáveis que classificam esse fenótipo metabólico foram: glicose (38,5%), triglicerídeos (61,5%), pressão arterial sistólica (28,8%) e diastólica (40,4%). CONCLUSÃO: Os resultados mostram que há uma frequência maior de participantes com FMNS, tendo esses maior número de marcadores metabólicos alterados, destacando-se hipertrigliceridemia e hipertensão arterial. Além disso, a média de idade no grupo FMNS foi maior, apontando uma possível relação entre o risco metabólico com a variável idade. APOIO: CNPq, CAPES, Fapemig e Embrapa. |