Resumo |
Introdução: o Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica que pode levar a complicações sérias se não for diagnosticada e manejada adequadamente. No Brasil, estima-se que a incidência seja de 16,8 milhões, enquanto a prevalência aproxima-se de 9,2%. Atrelado a ela, temos a Hipertensão Arterial (HA), outra doença crônica em que também se observa crescimento e alta prevalência na população. A HA é uma condição em que os níveis pressóricos se encontram elevados por um longo período de tempo. O diagnóstico e tratamento costumam ser simples, mas a apresentação muitas vezes assintomática traz dificuldades para a adesão aos cuidados e pode levar a complicações cardiovasculares e renais graves. Objetivo: analisar a relação entre a prática de atividade física, DM e HA em indivíduos acompanhados pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). Metodologia: estudo de caráter observacional, realizado com indivíduos acompanhados pelas equipes da ESF de um município da Zona da Mata Mineira (n= 42) em 2022. Foram aferidas a Pressão Arterial Sistólica (PAS) e diastólica (PAD) dos pacientes, seguidas de aplicação de um questionário semiestruturado com questões sociodemográficas, de condições de saúde e histórico familiar. Além disso, também foi aplicado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), que é um instrumento bastante útil, desenvolvido para medir a frequência e a intensidade da realização de atividades física e que permite avaliar a prevalência e o impacto do estilo de vida sedentário. Os resultados de exames bioquímicos foram obtidos a partir de prontuários físicos e eletrônicos e registrados para análise em conjunto com os outros dados coletados. Para avaliar a associação estudada, foi realizada uma regressão linear por meio do Software SPPS. Resultados: a média de glicemia de jejum foi de 99,35 mg/dL e de PASxPAD de 150x88 mmHg. O nível de caminhada por no mínimo 10 minutos contínuos em 7 dias na semana foi de 33,3%, enquanto a ausência de caminhada leve durante a semana foi de 26,2% dentre a população analisada. A taxa de atividade moderada contínua em 7 dias na semana foi de 21,4% e a ausência de atividade moderada foi de 33,3%. A taxa de atividade vigorosa por 3 dias na semana foi de 4,8% enquanto a ausência desta foi de 81,0%. Apenas a caminhada leve se associou negativamente à glicemia de jejum, sendo que o aumento do nível de caminhada leve em 1 unidade, diminui a glicemia em 0,69 mg/dL (p=0,05). Não houve associação entre atividade moderada ou vigorosa com a redução da glicemia ou com a HA. Conclusão: o estudo mostra que atividade física leve, com pelo menos 10 minutos contínuos de caminhada durante a semana está relacionada com a redução do nível sérico da glicemia de jejum, de modo diretamente proporcional. Os achados deste estudo, comprovam a importância da atividade física no controle glicêmico e a relevância de se associar a prática de caminhadas leves em escala progressiva no cuidado dos indivíduos com diagnóstico de DM. |