Resumo |
O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo todo, gerando o descarte de uma grande quantidade de resíduo (borra). No entanto, esse resíduo de café pode ser utilizado na pele como esfoliante natural. No entanto, esse uso popular não é suficiente para atestar sua segurança e uso e necessita de estudos mostrando a eficácia, segurança e uso do subproduto de café, além de novas destinações desses resíduos. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi determinar os compostos fenólicos e atividade antioxidante do resíduo de café (Coffea arabica, com grau de torra média obtido na região de Viçosa) e reaproveitar na confecção em sabonete. Para a extração dos compostos fenólicos e atividade antioxidante, resíduos de aproximadamente 10 g foram colocadas no gral e pistilo e, aos poucos, foi adicionado etanol:água (1:1) até atingir o volume final de 50 mL. As extrações foram realizadas em triplicatas. Após as extrações foram aplicados o extrato e borra de café em sabonete neutro comercial. Para determinação de fenólicos totais foi utilizado o padrão quercetina para construção da curva analítica. A leitura foi realizada com aplicativo PhotoMetrix®, onde foram pipetados 340 µL das soluções de quercetina, em diferentes concentrações, aos quais foram adicionados 10 µL da solução de cloreto férrico 1%. O teor de fenólicos totais também foi determinado utilizando a técnica de espectrofotometria no ultravioleta visível (UV-Vis). Foram utilizados 2,0 mL das soluções de quercetina e dos extratos, respectivamente, aos quais foram adicionados 70 µL da solução de cloreto férrico 1%. A leitura foi realizada em 294 nm. A atividade antioxidante foi realizada utilizando como padrão o 2,6-di-tert-butil-4-metilfenol para construção da curva analítica usando o PhotoMetrix® e UV-Visível em 706 nm. A curva obtida no canal verde apresentou melhor linearidade e a segunda melhor sensibilidade com r2 = 0,9975 e, por isso, foi utilizada para determinação de fenólicos totais na borra de café e a curva obtida no canal azul apresentou melhor linearidade com coeficiente de correlação r2 = 0,9968, sendo usada para determinação antioxidante. O teor de compostos fenólicos na borra de café foi de 470,32 mg/100 g analisadas no PhotoMetrix® e 470,45 mg/100g determinada usando o espectrofotômetro UV-Visível. A determinação antioxidante foi de 25,598 mg/g na borra de café analisada pelo PhotoMetrix® e 25,729 mg/g analisada por UV-Visível. Evidentemente, os compostos fenólicos presentes nesses resíduos conferem aos extratos atividade antioxidante. O reaproveitamento desse resíduo pode ser uma alternativa para a indústria farmacêutica e de alimentos, levando em consideração a reconhecida atividade biológica desse composto fenólico. Os resíduos da indústria cafeeira têm potencial para serem utilizados em bioprocessos, avaliando a extração e/ou a produção de compostos com valor biotecnológico (Embrapa-Café, Capes, Fapemig, CNPq). |