“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16382

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Letras
Setor Departamento de Letras
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Sergio Carvalho Portilho
Orientador JOELMA SANTANA SIQUEIRA
Título As memórias ficcionadas no romance Água Funda (1946) de Ruth Guimarães
Resumo A escritora paulista Ruth Guimarães publicou seu primeiro romance, Água funda (1946), no mesmo ano em que o escritor mineiro João Guimarães Rosa publicou seu primeiro livro de contos, Sagarana (1946). As duas obras figuram personagens ambientadas no espaço rural e, na linguagem, a oralidade é um traço marcante. Isso não implica dizer que os escritores retrataram uma dada realidade, porém, o texto literário, embora fictício, não deixa de emitir um valor sobre o mundo real e sobre as vivências daquele que o produziu. Nesse sentido, destacam-se os inúmeros trabalhos sobre a obra de Guimarães Rosa envolvendo a comparação entre literatura e outros campos de conhecimento. A obra de Ruth Guimarães, por outro lado, ainda é pouco conhecida do público leitor. O presente trabalho propõe realizar uma análise do romance Água Funda (1946), de Ruth Guimarães, visando discutir traços de memórias individuais e coletivas ao longo da prosa, o que leva à pesquisa bibliográfica em textos sobre a teoria da narrativa moderna, o contexto de produção da narrativa, a trajetória artística da escritora, a recepção da obra e a história social. A respeito de Água Funda, Érico Veríssimo (1946) escreveu que há muito não lia “prosa brasileira tão rica de contatos com a terra e com a vida, tão fresca, tão natural e tão gostosa”. Essa “naturalidade” é resultado do trabalho artístico, ou seja, é fabricada. Chama-nos atenção a estrutura da narrativa, que não atende a uma lógica causal, presente, geralmente, em narrativas tradicionais, e uma perspectiva problematizante sobre a vida das personagens do campo, seus costumes, suas alegrias e tristezas. A partir de estudos de Seligmann-Silva (2008, p.70), para quem “o trauma encontra na imaginação um meio para a sua narração” e “a literatura é chamada diante do trauma para prestar-lhe serviço”, propomos que a obra Água Funda (1946) pretas serviço ao caipira, que muitas vezes ficou relegado a uma história irônica ou humorística, com pouco aprofundamento sobre sua identidade.
Palavras-chave Ruth Guimarães, Narrativa moderna, Literatura e memória.
Forma de apresentação..... Vídeo
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