Resumo |
INTRODUÇÃO: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), regulamentada pela Resolução 358/2009, é responsável por organizar o trabalho de enfermagem quanto ao método, pessoal e instrumento, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (PE). O Processo de Enfermagem, por sua vez, é um instrumento metodológico, composto por cinco etapas (histórico, diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação da assistência). Este orienta o cuidado de Enfermagem e possibilita a visibilidade e o reconhecimento da profissão enquanto ciência. Logo, para tornar evidente o julgamento clínico de enfermagem e garantir a continuidade da assistência, a documentação da prática profissional é fundamental. Para isso, a implementação de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), como os aplicativos móveis, torna-se pertinente considerando-se o grande volume de informações e as inúmeras demandas de tempo para uma adequada avaliação e registro clínico. OBJETIVO: Discutir sobre o uso de aplicativos móveis de enfermagem para a operacionalização do PE. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura cuja busca foi realizada nas bases de dados da BVS, SciELO e Portal CAPES de Periódicos, em junho de 2022, utilizando os descritores “processo de enfermagem”; “enfermagem” e “aplicativos móveis” os quais foram combinados pelo operador booleano “AND”. As buscas foram restringidas a artigos publicados nos últimos cinco anos, na língua portuguesa. A partir do cruzamento dos descritores foram identificados 24 artigos científicos e através de uma leitura minuciosa dos resumos, selecionou-se 16 publicações. RESULTADOS: A análise dos estudos evidenciou que 81% (13) das publicações se referiam à construção de aplicativos móveis direcionados à enfermagem e 19% (3) se tratavam de revisões bibliográficas sobre o uso de aplicativos móveis pela categoria. No que se refere aos estudos sobre a construção dessa tecnologia, identificou-se que 85% (11) eram direcionados à assistência, 7,5% (1) voltados ao ensino e 7,5% (1) possuíam como foco o ensino e a assistência de enfermagem. Além disso, 77% (10) dos artigos fizeram uso da Teoria das Necessidades Humanas Básicas como referencial teórico e 62% (8) dos artigos utilizaram taxonomias para a padronização da linguagem, sendo a NANDA – I, a mais prevalente (75%). CONCLUSÕES: A informatização do PE possibilita a padronização de informações, além de favorecer a coleta, o registro, o armazenamento e a recuperação de dados. Além disso, o emprego de aplicativos móveis também favorece o uso das classificações de enfermagem, otimiza o tempo dispendido na realização dos registros, bem como auxilia no raciocínio e na tomada de decisão clínica. Portanto, explorar as potencialidades das TICs e reconhecer suas possibilidades no âmbito do ensino e da assistência é fundamental para a garantia do cuidado qualificado, sistematizado e documentado. |