Resumo |
Introdução: A ansiedade está entre os transtornos mentais de maior prevalência na população mundial, sendo a segunda causa de incapacitação mental, e caracteriza-se por aumento da frequência cardíaca, diminuição da pressão arterial, hiperatividade, medo, preocupação, temor, apreensão do perigo, etc. Dentre a população suscetível à ansiedade, destacam-se os estudantes universitários, devido às situações estressantes advindas do âmbito acadêmico. O tratamento da ansiedade pode ser feito com recursos medicamentosos e não medicamentosos, como as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e, dentre estas, ressalta-se a auriculoterapia, a qual age por meio de pontos reflexos da orelha sobre o sistema nervoso central. Objetivo: Identificar as evidências disponíveis na literatura científica acerca dos efeitos da auriculoterapia na redução da ansiedade em estudantes universitários. Metodologia: Trata-se de revisão sistemática da literatura, realizada em 18 bases de dados, entre 20 de janeiro a 27 de março de 2021. Todo o processo de busca e seleção dos artigos foi feito de modo independente e pareado por dois pesquisadores e, quando necessário, um terceiro pesquisador com experiência na temática auxiliou como ad hoc na resolução dos conflitos. A revisão seguiu a diretriz Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses. Utilizou-se as diretrizes Standards for Reporting Interventions in Clinical Trials of Acupuncture, Cochrane Collaboration Risk of Bias Tool, e escala de JADAD para avaliação dos artigos. Resultados: Inicialmente, encontraram-se 1869 artigos, sendo que destes apenas 5 compuseram a amostra final. No geral, a análise dos estudos demonstrou que a auriculoterapia tem efeito positivo na redução da ansiedade, variando entre 15,0% e 20,9% nos estudantes universitários. Não foi possível observar consenso na amostra acerca dos pontos auriculares utilizados e o número mínimo de sessões necessárias para obtenção do resultado desejado. Entretanto, os pontos shenmen, rim, subcórtex e adrenal foram identificados em mais de um artigo, sendo o shenmen comum em 4 protocolos. Quanto ao número de sessões, 3 artigos revelaram realizar 3 sessões ou menos, e outros comprovaram melhora da ansiedade após 8 sessões de auriculoterapia. Conclusão: Apesar de não haver concordância entre os pontos auriculares e o número de sessões para definir um protocolo de auriculoterapia para o tratamento da ansiedade em estudantes universitários usando a auriculoterapia, o uso desta intervenção deve ser considerado pelas instituições formadoras, pois atua na promoção da saúde mental na população universitária, e pode contribuir para melhora do desempenho acadêmico, redução das taxas de evasão, e melhora da qualidade de vida nesta população. |