Resumo |
O iodo é um elemento traço, essencial para o organismo humano e sua ingestão insuficiente ou excessiva pode provocar alterações no funcionamento da glândula tireoide. A ingestão desse mineral por gestantes e nutrizes contribui para o bom desenvolvimento do feto, evitando danos cerebrais e o retardo do desenvolvimento da criança, assim como a ocorrência de o bócio, hipertireoidismo também são evitados. Além disso, pode evitar casos de abortos, natimortos e outros distúrbios por deficiência de iodo (DDI). Assim, o objetivo deste estudo foi determinar a concentração de iodo na água de consumo de gestantes e nutrizes de diversas cidades das macrorregiões brasileiras. Foram coletadas amostras de água nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) das cidades de Aracaju - SE, Belo Horizonte - MG, Brasília - DF, Macaé - RJ, Maringá - PR, Palmas - TO, Pinhais - PR, Ribeirão Preto - SP, Rondonópolis - MT, São Luís - MA, Viçosa - MG e Vitória - ES, no período de dezembro de 2018 a abril de 2021. Estas amostras foram coletadas em duplicatas perfazendo um total de 400 mL. Para a quantificação do iodo foi utilizado o método espectrofotométrico “leuco cristal violeta”, expresso em µg de IodoL-1. Para classificação da concentração de iodo na água de consumo utilizou-se os pontos de corte recomendados pelo Ministério da Saúde da China, sendo eles: <10 µg L-1 (baixa), 10 µg L-1 a 150 µg L-1 (adequada), >150 µg L-1 (alta) e >300 µg L-1 (excesso). Realizou-se estatística descritiva e os dados que apresentaram distribuição normal foram expressos em média, enquanto, aqueles que não apresentaram distribuição normal foram expressos em mediana. As cidades de Belo Horizonte e Vitória apresentaram uma concentração média de 3,61 µg L-1 e 6,10 µg L-1, respectivamente. Enquanto, as cidades de Aracaju, Brasília, Macaé, Maringá, Palmas, Pinhais, Ribeirão Preto, Rondonópolis, São Luís e Viçosa apresentaram uma concentração mediana de 3,55 µg L-1; 3,81 µg L-1; 3,85 µg L-1; 0,00 µg L-1; 0,00 µg L-1; 7,13 µg L-1; 0,96 µg L-1; 2,47 µg L-1; 0,00 µg L-1 e 2,91 µg L-1, respectivamente. As amostras de água de todas as cidades foram classificadas com baixa concentração de iodo de acordo com a classificação do Ministério da Saúde da China. Este estudo possibilitou o conhecimento da concentração de iodo na água de consumo das diferentes cidades pertencentes as macrorregiões brasileiras. Além disso, permitirá estimar a ingestão diária de iodo pelas gestantes e nutrizes a partir da água de consumo e o melhor direcionamento das ações na área de saúde pública de cada município. |