Resumo |
A campanha de vacinação antirrábica em cães e gatos, no ano de 2020, foi coordenada pelo Setor de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde de Viçosa, MG (SMS-PMV), em parceria com o Grupo de Estudos de Saúde Única, da Universidade Federal de Viçosa (GESUS-UFV). Com adequação das atividades para o contexto imposto pela pandemia do Covid-19. Este estudo tem como objetivos analisar a parceria do GESUS na organização da campanha, as atividades dos estudantes na vacinação e os relatos dos participantes acerca destas experiências. Dentre os colaboradores do projeto, estão os 31 agentes de combate à endemia (ACE), 2 professores, 5 pós-graduandos, 13 residentes e 63 graduandos em Medicina Veterinária, sendo, os últimos, submetidos a uma capacitação realizada com recursos de vídeos gravados e encontros síncronos digitais. Nos três dias de vacinação, as equipes foram distribuídas de acordo com a demanda dos 27 postos fixos de vacinação (PFV), à exceção dos ACEs, que se alocaram em seus bairros de atuação recorrentes. A distribuição de equipamentos para vacinação e EPIs foi organizada em kits e distribuída pela equipe volante do GESUS. As atividades de organização da fila para atendimento, preenchimento de fichas para coleta de dados dos animais, preparo do material e aplicação da vacina foram divididas entre os integrantes e feito um rodízio no decorrer do dia, já a contenção dos animais ficou a cargo do tutor. Para a avaliação qualitativa das atividades realizou-se uma reunião online, aberta a todos os integrantes. Foram vacinados 11.836 cães e 2.116 gatos. A entrega dos kits, apesar de apresentar alguns atrasos, foi realizada com sucesso. O esquema organizacional de distribuição de pessoal foi incompatível com a demanda de alguns PFV, levando a necessidade de reavaliar esta distribuição com base em mais de um parâmetro para os próximos anos. Mesmo nos PFV mais distantes do centro da cidade os participantes não tiveram dificuldade em se deslocar e demonstraram interesse em conhecer e atuar em localidades que não tinham contato prévio. As atividades vacinais foram revezadas de forma a permitir que todos os membros da equipe pusessem em prática o discutido na capacitação. Os feedbacks recebidos na coleta de relatos demonstraram que as experiências realizadas na campanha foram novas para muitos dos integrantes, tanto da aplicação vacinal quanto o contato com a comunidade do município, agregando positivamente, com a prática extensionista, na formação acadêmica dos estudantes. Além de engrandecer o conhecimento dos discentes, a contribuição do GESUS aumentou o número de vacinadores, melhorando o desenvolvimento da campanha, e permitindo a coleta organizada de informações em como melhorar e se adequar futuramente. Apesar dos receios em realizar as atividades em meio a pandemia, o uso dos devidos EPIs e distanciamentos necessários, competiram em medidas eficientes para o sucesso da campanha sem registro de nenhuma contaminação dos participantes. |