Resumo |
A utilização de uma história única europeia como um modelo a ser seguido reduz as vivências e realizações do indivíduo e da comunidade negra sempre a um ocidental em potência. Essas questões também estão presentes na Arte, causando a necessidade de uma desconstrução que abarque todos os campos do conhecimento. Com base nessas concepções e por meio da análise do Museu do Oratório, inaugurado em 1998 e em funcionamento até os dias atuais busquei entender: Como solucionar o problema da invisibilidade de artistas negros em museus brasileiros? A alternativa para tal problema é a utilização do Código QR nos expositores das peças afro-brasileiras, visto que as placas presentes no museu contém informações desatualizadas e racistas. Assim, o visitante poderá acessar uma página contendo informações novas, feita a partir dessa pesquisa, contendo as análises das peças, seus significados e sua musealização, além da desconstrução de concepções racistas. Objetiva-se desconstruir a ideia de barbaridade e tolice imposta as peças afro-brasileiras presentes nas descrições atuais do Museu do Oratório; permitir novas pesquisas sobre a temática da História da Arte Afro-brasileira; promover uma mudança social, ao modificar a experiência de visitas no Museu, visando demonstrar a multiplicidade de fazeres e a individualização dos negros escravizadas no século XIX no território brasileiro, permitindo a educação das relações étnico-raciais e visando diminuir os preconceitos e as ignorâncias da população, além de promover uma integração entre a tecnologia e os visitantes, incentivando a relação do público com as informações das peças afro-brasileiras expostas. O material utilizado foi o Código QR, um código bidimensional, o qual permite uma grande concentração de informações com velocidade nas leituras, com a possibilidade de ser lido pela maioria dos celulares atuais. Os softwares inseridos em ambientes como museus, galerias de artes e outras instituições culturais fornecem estímulos e aumentam o número de atividades econômicas criativas no local. Além disso, a criação e utilização do QR Code nos museus pode garantir uma aproximação entre o museu e o visitante, sendo também um meio de acessibilidade, com a inclusão de pessoas surdas no local. Devido às complicações do Coronavírus no Brasil não foi possível realizar as entrevistas aos funcionários, visitantes e pessoas da comunidade em torno do museu, logo foi modificada a forma de trabalho ao colocar junto às informações obtidas com as pesquisas realizadas no projeto sugestões de visitas a festas ou locais já presentes no círculo cultural da cidade. O Museu do Oratório esteve fechado durante a realização do projeto, sendo impossível fazer as instalações no local. Pode-se concluir que o projeto foi limitado devido aos agravantes da pandemia, mas às pesquisas realizadas nesse período poderão entrar em contato com os visitantes quando se estabilizarem as visitas no local. |