"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 15864

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Medicina veterinária
Setor Departamento de Veterinária
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Huana Gouvea de Araújo
Orientador TATIANA SCHMITZ DUARTE
Outros membros ANA CAROLINA DE SOUZA MATEUS, FABIANA AZEVEDO VOORWALD, THAMIRES FERNANDA RAMALHO MARQUES, VERONICA RODRIGUES CASTRO
Título Torção esplênica primária em cão da raça Fila Brasileiro
Resumo De ocorrência rara em cães, a torção esplênica acomete principalmente cães de grande porte, de alta atividade e raças de tórax profundo. A etiologia desta condição primária é desconhecida, mas segundo a literatura, acredita-se que esteja relacionada à torção/dilatação gástrica parcial ou de resolução espontânea, em que o estômago retorna à posição normal, enquanto o baço se mantém rotacionado ou tem seus ligamentos afrouxados, predispondo a torção do mesmo. O diagnóstico é feito por ultrassonografia em conjunto ao doopler colorido. Os sinais clínicos e exames laboratoriais são inespecíficos. Objetiva-se relatar o caso de um cão macho, Fila Brasileiro de 6 anos de idade, que vive em um ambiente rural, muito ativo, e que recebia alimentação apenas uma vez ao dia no período da noite. Apresentava histórico de emagrecimento, hiporexia há sete dias e abaulamento abdominal. Os exames laboratoriais identificaram discreta anemia normocítica normocrômica, leucocitose por neutrofilia com monocitose e desvio a esquerda de 8%. Ao exame ultrassonográfico foi possível identificar o baço com dimensões acentuadamente aumentadas, contornos irregulares com ecogenicidade reduzida e ecotextura heterogênea devido a áreas amorfas hipoecogênicas, além de linhas hiperecogênicas entremeadas. Na região de hilo esplênico não havia fluxo sanguíneo e o estômago encontrava-se deslocado para a direita, com presença de discreto conteúdo gasoso intraluminal, paredes normoespessas, com evidenciação da estratificação parietal. O paciente foi submetido a laparotomia exploratória, onde se confirmou a torção esplênica. Os vasos esplênicos estavam torcidos e o omento estava extremamente aderido à toda superfície do baço. A esplenectomia foi concluída após a ruptura das aderências e ligadura dos vasos esplênicos, sem que a torção tenha sido desfeita. O estômago encontrava-se dilatado, porém, não havia torção gástrica. Foi realizada a gastropexia incisional na parede abdominal direita para evitar possível torção gástrica no futuro já que é uma raça propensa e de hábitos que também a favorecem. Durante o transcirurgico, o paciente foi submetido a transfusão devido à relativa perda sanguínea no procedimento. Seus exames laboratoriais pós procedimento apresentaram melhora, porém ainda havia discreta anemia normocítica normocrômica, além de neutrofilia e eosinofilia. Não houveram intercorrências e o animal recebeu alta no segundo dia do pós-operatório. Durante a laparotomia exploratória a visualização do baço rotacionado e de aspecto desvitalizado a fundamenta o diagnóstico final, e por esta razão o procedimento é preconizado nestes casos. A atividade física intensa associada a baixa frequência diária de alimentação é um importante fator de risco para o desenvolvimento da torção esplênica primária. Cães de raças grandes com essas duas características estão, por sua vez, mais propensos a essa afecção. O diagnóstico precoce e a instituição rápida da esplenectomia aumentam a chance de sucesso.
Palavras-chave Laparotomia, esplenectomia, canino
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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