Resumo |
A mastite bovina é uma doença de origem ambiental ou contagiosa, que se caracteriza pela inflamação da glândula mamária, causando alterações físico-químicas no leite como o aumento das células somáticas, presença de grumos e alteração na coloração. É a maior causadora de prejuízos econômicos no gado leiteiro do Brasil, além de interferir no bem-estar animal. Além disso, a enfermidade também pode ser classificada de acordo com os agentes causadores. É considerada mastite contagiosa quando as infecções são causadas por Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae e Mycoplasma bovis; e mastite ambiental quando ocasionada por Streptococcus ambientais e Coliformes. Atualmente, o tratamento é realizado com o uso de antibiótico. Porém, devido ao alto custo e ao aumento da resistência bacteriana por causa do uso indiscriminado dos fármacos, foi observado a necessidade de tratamentos alternativos. A fagoterapia tem sido recorrente na Medicina Veterinária por utilizar partículas virais capazes de invadir as células bacterianas, destruir o metabolismo e provocar dissolução celular. Assim, o objetivo desse trabalho foi isolar bacteriófagos específicos contra a espécie Staphylococcus aureus visando a utilização deles no controle biológico bacteriano. Foram utilizadas 5 cepas bacterianas S. aureus 3907; S. aureus3906; S aureus 222; S. aureus O46 e S. aureus O11 que estavam conservadas a -80°C. As amostras foram ativadas por estrias compostas, em placas de petri contendo meio “Brain Heart Infusion Broth Agar” (BHI). Foi realizada a Coloração de Gram para confirmação morfológica dos isolados bacterianos, que se mostraram condizentes com o arranjo e a coloração características do gênero. Após confirmação, as colônias bacterianas foram ativadas em tubos de 50 mL contendo 10 mL de caldo BHI. As amostras foram incubadas overnight, a 37° e 150 rpm. Objetivando o isolamento viral, o mesmo volume de amostra da rede de esgotos da cidade de Viçosa- MG, filtradas a 0,22 µL foram adicionadas aos tubos contendo as bactérias já crescidas. Após nova etapa de incubação overnight, 1 mL da mistura foi adicionado à 4 mL de meio BHI semi-sólido e vertido em placa de petri contendo meio BHI sólido. Após 24 horas foi possível observar placas de lise nas placas da cepa S. aureus O11. As placas foram então recortadas e propagadas em meio líquido. Após incubação overnight à 37 °C, o propagado foi centrifugado e filtrado à 0,22 µL. A confirmação do isolamento do fago se deu pela técnica de “spot test assay”, onde 5 µL do sobrenadante filtrado foi gotejado em uma placa de petri contendo meio BHI semi-sólido recém misturado com a bactéria hospedeira. Após incubação, foi identificado halos de ausência do crescimento bacteriano decorrentes da infecção do fago presente no sobrenadante. Assim, nossos resultados indicaram a confirmação do isolamento de fagos líticos capazes de atuarem no controle biológico da espécie Staphylococcus aureus. |