"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 15824

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Medicina veterinária
Setor Departamento de Veterinária
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor CLARA ALMEIDA BARCELOS
Orientador LUKIYA SILVA CAMPOS FAVARATO
Outros membros CECILIA BRAGA DE SOUZA PEREIRA, Juliana Abras de Resende, Letícia Pereira Manoeli, SALUA DABIEN HADDAD COSTA
Título Anestesia durante correção de shunt portossistêmico extra-hepático em cão: relato de caso
Resumo O shunt ou desvio portossistêmico (DPS) caracteriza-se por comunicação vascular anômala entre a circulação portal e a sistêmica, onde substâncias tóxicas provenientes dos demais órgãos são enviadas para a circulação sistêmica, sem depuração hepática, levando a encefalopatia hepática. Objetiva-se relatar o caso de um cão, de 5 meses, 1,5 kg, da raça Yorkshire, atendido no Hospital Veterinário da UFV. Entre as queixas, destacavam-se: prostração, ataxia e desconforto abdominal. Exames laboratoriais apresentaram anemia microcítica normocrômica, anisocitose e microcitose moderadas, leucocitose, neutrofilia, hipoproteinemia, hipoalbuminemia, hipobilirrubinemia e hipocolesterolemia. Ao exame ultrassonográfico abdominal observou-se microhepatia e na análise vascular, turbulência e portalização da veia cava. A tomografia abdominal revelou a presença de vaso anômalo extra-hepático tortuoso único, comunicando o sistema portal à veia cava caudal pré-hepática, confirmando o diagnóstico de DPS extra-hepático. O paciente foi estabilizado e encaminhado para tratamento cirúrgico. A função hepática reduzida e o fluxo sanguíneo hepático anormal tornam a absorção, metabolismo e depuração dos fármacos marcadamente reduzidos, trazendo desafios para a anestesia. Considerando esses fatores e local de acesso cirúrgico, foi realizado bloqueio do plano transverso abdominal bilateral em 4 pontos, com bupivacaína (0,2 ml/kg/ponto de bloqueio). A indução anestésica foi realizada com propofol (6,0 mg/kg/IV), e a manutenção com isofluorano e sufentanil (1,0 μg/kg/min). A única intercorrência observada foi a hipotensão arterial, que foi corrigida com a administração de noradrenalina (0,1 μg/kg/min), uma vez que a prova de carga e bolus de atropina (dois de 0,022 mg/kg/IV) foram ineficazes. Outra medida foi reduzir o sufentanil (0,5 μg/kg/min), por influenciar diretamente na FC e depender de metabolização hepática. A ausência da resposta à atropina pode ser atribuída à quantidade limitada de tecido miocárdico contrátil e controle vasomotor precário, característico de filhotes. No pós-operatório, utilizou-se metadona (0,2 mg/kg/SC) e dipirona (25 mg/kg/IV) para analgesia. O bloqueio locorregional utilizado foi benéfico por reduzir o requerimento de fármacos anestésicos e, consequentemente, promover menor sobrecarga hepática e sistêmica, esta última por vasodilatação dose-dependente. Entretanto, sugere-se substituir o sufentanil pelo remifentanil, por se tratar de um opioide de ultracurta duração que possui metabolização extra-hepática.
Palavras-chave anestesiologia veterinária, shunt portossistêmico, analgesia
Forma de apresentação..... Painel
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