Resumo |
O presente trabalho se refere à pesquisa desenvolvida no contexto da pós-graduação. Ele se insere no escopo dos estudos sobre a formação de professores, que apresenta uma expansão das produções nas últimas décadas, fundamentando discussões no âmbito nacional e internacional, trazendo dentre outros enfoques, a perspectiva de um professor reflexivo e autor da própria prática social (PIMENTA, 2010). Tecemos discussões sobre a aprendizagem e o desenvolvimento profissional da docência, explorando os saberes (conhecimentos, competências, habilidades etc.) que os professores da educação básica se utilizam em seu trabalho diário para desempenhar suas tarefas e atingir seus objetivos (TARDIF, 2000). Nós nos detemos mais especificamente nos saberes relativos à alfabetização e letramento. Compreendemos a prática docente em uma perspectiva reflexiva, como fomentadora de aprendizagem da docência, e escola como um lócus importante dessa aprendizagem. O objetivo da pesquisa foi compreender a atuação profissional de quatro professoras, em práticas de alfabetização e letramento, nos primeiros anos da educação básica (período final da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental I). As participantes da pesquisa foram professoras formadas no curso de Pedagogia, atuantes na educação básica, em escolas da rede pública e privada da cidade de Viçosa. A pesquisa narrativa, de abordagem qualitativa, se utilizou de entrevistas como instrumento de construção dos dados da pesquisa. A escolha da entrevista narrativa ocorreu por ser esse um instrumento no qual as vozes das professoras são potencializadas. Em razão do contexto de distanciamento social, devido à pandemia do Covid-19, as entrevistas narrativas foram realizadas de forma virtual por meio da plataforma de videochamadas Google Meet. As narrativas das professoras nos permitiram o acesso a dimensões da formação como professoras alfabetizadoras e aos desafios vividos no cotidiano escolar. Elas foram instigadas a rememorar e relatar sobre seus processos de constituição como professoras e refletir sobre os saberes necessários para alfabetizar, construídos nesse contexto. As interlocuções com as professoras nos apresentou as críticas ao curso de formação que, em alguns momentos, não subsidia a prática em sala de aula; as possibilidades de articulação entre teoria e prática propiciada pelo estágio na escola particular, em uma turma de 1º ano do Ensino fundamental; a insegurança ao se deparar com a sala de aula, trazendo o questionamento sobre o “que vou fazer”; as aprendizagens profissionais, com a professora regente da turma, no contexto do estágio e uma socialização antecipatória na profissão. Espera-se, com a pesquisa, trazer reflexões sobre a docência do professor alfabetizador, sobre os saberes teóricos e práticos que a fomentam e que são necessários a seu desenvolvimento efetivo e que reverbere em aprendizagens pelos estudantes. |