Resumo |
INTRODUÇÃO: O estudo e compreensão das condições de saúde dos trabalhadores da área da saúde vem se mostrando de suma importância, pois permite o desenvolvimento de estratégias que possam melhorar a qualidade de vida deste público. Grande parte desses trabalhadores exercem suas atividades laborais em regime de turnos, o que pode ter impacto sobre o ciclo circadiano, resultando em alterações metabólicas, físicas e psicológicas que os predispõem ao maior risco de doenças crônicas não transmissíveis. OBJETIVO: Caracterizar o perfil de saúde de trabalhadores de um hospital público brasileiro. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, realizado com 1.224 profissionais de enfermagem (enfermeiros, auxiliares e técnicos) de um hospital público federal do município do Rio de Janeiro-RJ. A coleta de dados foi realizada através de um questionário semiestruturado aplicado entre outubro de 2012 e maio de 2013. As informações coletadas compreenderam dados socioeconômicos, de trabalho, estilo de vida, consumo alimentar e condições de saúde. As análises estatísticas foram realizadas no SPSS v. 23. As variáveis categóricas foram apresentadas como frequência relativa e as quantitativas como média (desvio-padrão). RESULTADOS: A idade média da amostra foi de 44,08 (11,26) anos, e a maioria era do sexo feminino (85,4%) e autodeclarou-se branca (40,5%), casada (57,5%), com pós-graduação completa (35,0%) e renda familiar entre R$5401,00 e R$7200,00 (19,6%). A maior parte dos avaliados trabalhava como auxiliar de enfermagem (45,1%), em apenas um local (61,4%) e no turno noturno (47,6%). Quanto aos hábitos de vida, a maioria relatou não fumar (90,3%), não consumir bebidas alcoólicas (72,1%) e ser sedentário (75,0%), e o número médio de horas de sono foi de 6,41 (1,67) horas/dia. Em relação aos marcadores não saudáveis de consumo alimentar, 40,9% referiram consumir leite integral, 16,8% não consomem a gordura aparente de carnes vermelhas e 15,7% a pele de aves, 29,2% ingerem regularmente (≥ 5 vezes/semana) refrigerantes, e 41,4% e 53,5% não consomem regularmente verduras e legumes e frutas, respectivamente. As condições de saúde mais prevalentes na amostra foram excesso de peso (57,5%), hipercolesterolemia (30,8%), hipertensão arterial (30,1%) e DORT/LER (30,1%). CONCLUSÃO: Os resultados indicam uma frequência elevada de comportamentos não saudáveis, como sedentarismo e consumo regular de refrigerantes e sucos artificiais, bem como baixa frequência de consumo regular de verduras, legumes e frutas. Além disso, verificou-se alta prevalência de doenças crônicas, o que reforça a necessidade de intervenções voltadas para a melhoria das condições de saúde e trabalho dessa população. |