Resumo |
A pandemia COVID-19 desde março de 2020, tem provocado e agravado uma crise generalizada no país, afetando inclusive os direitos humanos mais básicos, especialmente das populações vulneráveis. A Campanha Periferia Viva (CPV) surge, nacionalmente, apoiada por movimentos sociais e sindicais do campo e da cidade, com o objetivo de amenizar a situação de fome e insegurança alimentar da população através de ações de solidariedade. Na Zona da Mata Mineira, a CPV é uma iniciativa do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e articula-se à agroecologia e a agricultura familiar regional. Este resumo tem como objetivo relatar a experiência de uma graduanda, bolsista do Núcleo de Educação no Campo e Agroecologia (ECOA) pelo período de fevereiro a dezembro de 2021, atuando nas ações solidárias da CPV da Zona da Mata (CPV-ZM) em articulação à Rede de Mutirões Agroecológicos da Zona da Mata Mineira (REMA-ZM). A bolsista se insere na campanha a partir do mês de fevereiro, desenvolvendo atividades de mutirões de trabalho, arrecadação de recursos e comunicação. Os mutirões são realizados mensalmente durante um final de semana, sendo a montagem de “kits alimentares” e “kits de higiene” no sábado e as entrega dos kits às famílias no domingo. As ações de arrecadação consistem na realização de Rifas Solidárias e Culturais e no cadastramento de doadores fixos. É elaborado post e vídeos educativos, informativos, feedback com o balanço geral e resultados das rifas para divulgação da campanha nas redes sociais, principal ferramenta de divulgação das ações campanha. Em julho de 2021, uma ação de divulgação, recrutamento de voluntários e levantamento de recursos foi feita na XII Troca de Saberes, através de um vídeo produzido pela bolsista junto à CPV-ZM. A bolsista, em parceria com REMA, trouxe o fornecimento de cartilhas técnicas, produzidas pela REMA, sobre Transição Orgânica e Agroecológica para os/as agricultores/as colaboradores/as da campanha. O desenvolvimento dessas atividades pela bolsista se mostrou relevante principalmente na comunicação e na arrecadação de recursos, chegando a levantar em março, na realização da primeira Rifa Solidária e Cultural, 80% do valor necessário para um mês de campanha. Do mesmo modo, a CPV-ZM proporciona vivências à bolsista, que colaboram com a sua formação, instruindo-a se tornar uma profissional ciente das responsabilidades socioambientais que lhe cabem. Com tudo, essas atividades se mostram relevantes por realizar um importante diálogo com a população sobre o consumo consciente, prejuízos socioambientais causados pela mineração, agroecologia, valorização do trabalho rural e solidariedade popular. Pela mesma razão, se mostra uma ferramenta fortalecimento do Polo de Agricultura Orgânica e Agroecológica da Zona da Mata, contribuindo para a permanência do agricultor no campo. |