Resumo |
Resíduos de agrotóxicos em frutas e hortaliças tem sido uma grande preocupação para os consumidores devido aos seus efeitos negativos à saúde. Desse modo, vários tipos de tratamentos têm sido propostos para remover os resíduos de agrotóxicos dos alimentos a fim de minimizar o risco à saúde humana e ao meio ambiente. Este estudo teve como objetivo avaliar a eficiência de remoção dos resíduos de agrotóxicos em tomates quando tratados com água ozonizada. Amostras de tomates hidropônicos, do tipo Caqui Salada, isentos de agrotóxicos, foram adquiridas diretamente de um produtor da região de Viçosa, MG, Brasil. Logo após a colheita, os frutos foram acondicionados em caixas de polietileno e conduzidos ao laboratório, onde os experimentos foram realizados. Os produtos comerciais Bravonil 500® (clorotalonil) e Score® (difenoconazol) que são produtos de contato e sistêmico, respectivamente, foram pulverizados nos frutos na dosagem recomendada pelo fabricante. Para promover a ozonização e saturação da água a ser utilizada no tratamento, utilizou-se 7,0 L de água destilada pura divididos em dois recipientes de PVC: um tanque de borbulhamento (2,0L) e um tanque de lavagem (5,0L). Através de um cilindro poroso, posicionado na parte inferior do tanque de borbulhamento, o ozônio foi injetado na água, nas concentrações de 1 e 3 mg L-1, com fluxo contínuo de 2,00 L min-1 e temperatura de 10 °C. Doze tomates pulverizados com os fungicidas foram imersos por 30 min na agua ozonizada após sua saturação. Os experimentos foram realizados em triplicata. Após tratamentos, os tomates foram secos em ambiente ventilado por 1 h, homogeneizados, pesados e submetidos à extração sólido-líquido com partição em baixa temperatura (ESL/PBT). Os extratos obtidos foram analisados por cromatografia gasosa com detector por captura de elétrons (CG/DCE) e os dados submetidos à análise estatística. As porcentagens de remoção dos resíduos de agrotóxicos nos tomates após tratamentos com ozônio foi calculada em relação à quantidade dos princípios ativos contidos na amostra controle. O tratamento dos frutos com ozônio nas concentrações de 1 e 3 mg L-1 resultaram na remoção de 52,2% e 65,8% dos resíduos de difenoconazol e 74,5% e 78,2% dos resíduos do clorotalonil, respectivamente. Podemos observar que ocorreu um aumento da eficiência de redução dos resíduos dos agrotóxicos à medida que se aumentou a concentração da solução descontaminante. O clorotalonil por ter uma natureza não sistêmica foi removido com uma maior eficiência em relação ao difenoconazol, pois sugere que ele tenha ficado mais aderido á camada de cerosa do fruto (resíduo extracuticular) enquanto que o difenoconazol que é um composto sistêmico pode ter sido absorvido por tecidos internos do vegetal, migrando-se para dentro da polpa, tornando a sua eliminação mais dificultada. Além de ser um forte agente antimicrobiano, o tratamento usando água ozonizada demostrou ser uma alternativa promissora e segura na remoção de agrotóxicos. |