Resumo |
O acesso ao saneamento básico é um direito da população brasileira amparado pela Lei n° 11.445/2007, atualizada pela Lei 14.026/2020, porém, somente 54,1% e 83,7% dos brasileiros possuem acesso adequado à esgotamento sanitário e água potável, respectivamente e a situação é ainda pior nas áreas rurais, onde 66,6% dos domicílios captam água de fontes não potáveis e 61,3% apresentam soluções de esgotamento sanitário inseguras. É nesta realidade que os sistemas descentralizados se mostram como ótimas alternativas para sanar a disparidade de acesso por possuírem baixo custo de instalação e manutenção, baixo requisito de energia elétrica/área e simplicidade operacional. Para auxiliar a tomada de decisão, a utilização de técnicas de geoprocessamento para tratar uma grande quantidade de dados é eficaz para selecionar e identificar áreas prioritárias para a instalação desses sistemas. Portanto, o objetivo deste projeto era realizar a modelagem e otimização da localização de sistemas descentralizados de saneamento básico em áreas periurbanas, integrando resultados dos produtos cartográficos com critérios técnicos, econômicos e ambientais. Além desse, objetivava-se: obter imagens aéreas por meio de aeronaves remotamente controladas (ARP) e geração de ortomosaico de área específica contemplada em projetos de redes de esgotamento e abastecimento de água; realizar a escolha dos critérios a serem considerados na análise, baseando-se no conhecimento de especialista ou em análises quantitativas pré-estabelecidas pela literatura; elaborar um modelo conceitual a fim de simular a implementação com todas as operações a serem efetuadas no SIG, utilizando análise de Avaliação Multicritério. Para isso, o estudo foi realizado em comunidades rurais da bacia do rio Piranga, localizada no estado de Minas Gerais e os dados necessários para o desenvolvimento do estudo foram levantados por meio de imagens aéreas realizadas por um VANT e informações dos sistemas de saneamento básico da região e registros fotográficos. Após a realização do projeto da rede de esgotamento sanitário, pode-se identificar as áreas de instalação dos sistemas de tratamento. Após a realização do projeto hidráulico, foram levantadas as alternativas e a tomada de decisão baseada nos indicadores foi realizada por meio da metodologia TOPSIS e AHP. O produto do processamento dos dados foi: a geração de ortofotomosaicos de ótima qualidade, permitindo, em alguns casos, além da especificação do material, a distinção dos formatos; o dimensionamento da rede; os custos estimados; e a alternativa mais adequada para o tratamento do esgoto. Os resultados obtidos revelaram uma grande vantagem no uso de ARP e do geoprocessamento pois resultam em uma economia de tempo e recursos na elaboração de projetos de concepção de sistemas de saneamento básico, principalmente em comunidades isoladas. |