Resumo |
Identificado nos campos brasileiros de soja pela primeira vez na região do Cerrado na safra de 1991/92, o nematoide de cisto da soja (SCN) (Heterodera glycines Ichinohe) tornou-se uma das principais causas de perdas econômicas nas lavouras de soja do mundo. A presença deste patógeno na lavoura é refletida na parte aérea das plantas, de modo a expressar sintomas decorrentes do mau funcionamento das raízes - clorose. Uma técnica utilizada visando a seleção de plantas mais resistentes ao SCN é a inoculação de plantas de soja em processo de melhoramento via bioensaios. Nos bioensaios, diversos genótipos de soja são submetidos à inoculação de diferentes raças de SCN. Após quatro semanas da germinação, as raízes contendo cistos são retiradas e separadas do solo com auxílio de peneiras e, posteriormente, o número de cistos é contado utilizando-se lupa. Cada genótipo constituirá uma amostra. Entretanto, a presença de partículas de areia e argila contidas nas amostras são de diâmetro e aparência semelhantes aos dos cistos, o que dificulta o processo de contagem. Com isso, a presente pesquisa tem como objetivo definir metodologias que aumentem a eficácia e simplifiquem o processo de contagem de cistos por meio de soluções químicas capazes de separá-los dos resquícios de solo. Para tal fim, a proposta tem como base o Método de Jenkins (1964). Para tanto, as amostras foram passadas através de duas peneiras granulométricas – a de número 20 sobreposta à de 400, condicionadas em tubos falcon e levadas a uma centrífuga por 5 minutos a velocidade de 2100 rpm. Observou-se então a deposição de partículas de argila e areia no fundo dos tubos, que arrastaram consigo os nematoides. Eliminou-se o líquido sobrenadante e adicionou solução de sacarose de densidade 1,21. Para o preparo da solução, foram utilizados 532 gramas de açúcar refinado diluído em 1 litro de água. A solução foi agitada por 15 minutos em agitador magnético. Para finalizar o método, adicionou-se ao tubo 30 ml desta solução, que retornou à centrifuga por 3 minutos a velocidade de 2100 rpm. Após este processo, devido a diferença de densidade dos cistos e partículas indesejáveis, notou-se a deposição das mesmas no fundo dos seus respectivos tubos de ensaio, enquanto os cistos permaneceram em suspensão na solução de sacarose. Feito esse procedimento, não mais é necessário um novo peneiramento, como recomendado no método tradicional, visto que não há a presença de areia e argila em suspensão na solução e a sacarose encontra-se diluída por completo. A parte da solução contendo cistos foi colocada em placa de petri e encaminhada para contagem com auxílio de um estereoscópio, enquanto o sedimento contido no fundo do tubo de ensaio foi descartado. Ao final do processo descrito revela-se a eficiência do método utilizado, visto êxito da separação entre cistos e partículas de argila e areia. A utilização deste método permite então maior eficiência e agilidade no processo de purificação e contagem de cada amostra. |