Resumo |
Devido a grave desaceleração econômica, marcada por um fraco dinamismo e pela redução gradual da capacidade de investimento, o Brasil tem percorrido uma nova trajetória histórica. Tal cenário pressiona o equilíbrio entre a oferta e a demanda, afetando negativamente a relação estabelecida entre o Estado, o sistema econômico e a sociedade, promovendo as condições de precarização das relações de troca, especialmente dos jovens, público mais vulnerável frente às situações de adversidades. Este texto buscou dimensionar o mercado de trabalho mineiro, identificando alguns aspectos da sua estrutura e o panorama dos trabalhadores nele inseridos, bem como examinou aspectos relacionados aos rendimentos das pessoas ocupadas no estado. Para compreender esse fenômeno, foram utilizados, a partir da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio Contínua Trimestral – PNADC, dados do primeiro trimestre de 2019 e do primeiro trimestre de 2020. Com o propósito de compreender singularidades e a observância de grandes tendências, no que diz respeito a situação laboral do mercado de trabalho no supramencionado estado, questiona-se: Quais as características estruturais do mercado de trabalho mineiro? O que aconteceu neste estado com os diferentes grupos populacionais no primeiro trimestre de 2019 e 2020? Para responder aos referidos questionamentos, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema, seguida do levantamento de dados quantitativos secundários da PNADC, no período informado, sendo os dados extraídos do Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA. A partir dos dados coletados, utilizou-se o software Microsoft Excel para tabular as informações e, posteriormente, realizar a discussão sobre o tema. Constatou-se que a porcentagem de pessoas ocupadas de 14 ou mais anos de idade aumentou nos maiores grupos de idade. Em Minas Gerais, as ocupações aumentaram nos grupos de idade 40 a 59 anos de idade e de 60 anos ou mais, com taxas de aumento de 1,39% e 0,29%, respectivamente. A tendência reversa é observada nos grupos de idade menores. Pessoas dos grupos de idade de 18 a 24 anos e de 25 a 39 anos, segundo os dados, tiveram uma dificuldade maior de alcançar postos de trabalho, no período analisado, com taxas de aumento 1,0% e 0,7%, respectivamente. Quando se analisa os ramos de atividades das pessoas ocupadas em Minas Gerais, a maior parte estava alocada no setor de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, 18,20%, em 2019 e, 17,27%, em 2020. Já o rendimento auferido pelo trabalho desempenhado, os resultados apontam que os jovens ocupados possuem uma renda baixa. Observou-se também que dos desocupados, quase 60% procuram emprego por mais de um ano, ou seja, vivem a procura de emprego e um tempo de procura é cada vez mais longo. Os resultados permitiram evidenciar que houve aumento da população desocupada e do tempo de procura por trabalho, o que pode ser um sinal de um mercado de trabalho em desestabilização. |